Topo

Balaio do Kotscho

819 dias depois: quem mandou matar Marielle Franco e por quê?

Colunista do UOL

10/06/2020 14h48

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

Um bombeiro milionário foi preso na manhã desta quarta-feira em sua mansão de três andares, avaliada em R$ 1,9 milhão no Recreio dos Bandeirantes, no Rio, por envolvimento nas mortes de Marielle Franco e Anderson Gomes, em 2018.

Sargento do Corpo de Bombeiros, Maxwell Simões Corrêa, o Suel, de 44 anos, ganhava R$ 6 mil por mês na corporação, mas levava vida de rico, com uma BMW-X6, avaliada em R$ 170 mil, na garagem, e gostava de andar de lancha e frequentar restaurantes de luxo com uma corrente de ouro no pescoço.

Suel é acusado de ter jogado no mar o arsenal do ex-PM Ronnie Lessa, que está preso, acusado do assassinato, e de atrapalhar de forma deliberada a investigação. Outro ex-PM, Élcio Vieira de Queiroz, cúmplice de Lessa, também está preso desde março do ano passado.

O ex-sargento Lessa era vizinho de condomínio da familia Bolsonaro na Barra da Tijuca e saiu das agora famosas Vivendas da Barra para cometer o crime.

É impressionante como sargentos ganham pouco na Polícia Militar, mas conseguiam morar em mansões, andar em carrões de milionários, e ninguém desconfiava deles.

É o mesmo perfil de milicianos que já apareceram nesta história.

Passados 819 dias da morte de Marielle, falta descobrir o mais importante: quem foi o mandante do crime e por qual motivo? A quem interessava a sua morte? .

Vereadora bem votada pelo PSOL, Marielle estava cotada para ser candidata ao Senado nas eleições de 2018, em que se elegeu Flávio Bolsonaro, pelo PSL, investigado por outros motivos pela polícia, uma das causas da demissão do ex-juiz Sergio Moro.

Após o crime, foi Maxwell quem deu sumiço na arma utilizada na execução de Marielle e Anderson, e depois recolheu todo o arsenal de Ronnie Lessa guardado num apartamento para jogar no mar. Era considerado o braço direito de Lessa.

Agora, uma acareação entre os três que já estão presos poderia ajudar a esclarecer a mando de quem eles agiram e quanto receberam pelo serviço.

Este é o grande mistério da República da Barra da Tijuca.

Vida que segue.