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Balaio do Kotscho

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Alguém precisa fazer alguma coisa, mas quem? A ONU, a OMS, o Vaticano?

Hospitais voltaram a ficar superlotados com pacientes infectados pelo novo coronavírus - Reuters
Hospitais voltaram a ficar superlotados com pacientes infectados pelo novo coronavírus Imagem: Reuters

Colunista do UOL

19/03/2021 15h31

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Esgotadas as possibilidades de uma solução doméstica para o impasse em que o país se encontra, com as instituições aparelhadas de alto abaixo, ouço cada vez mais gente dizendo que "alguém precisa fazer alguma coisa" para conter o celerado capitão, com o país afundado na mais grave crise sanitária, econômica e social da sua história, sem saída à vista.

Fazer o quê? Como? Quem poderia nos ajudar nesta hora dramática em que nossas vidas estão cada vez mais ameaçadas?

Assim como acontece nos países que estão em guerra, com a sobrevivência ameaçada por um tirano, talvez seja o caso de recorrer ao Conselho de Segurança da ONU, à OMS, ao G-20, ao poder moderador do Vaticano, à Cruz Vermelha, sei lá, aos países amigos.

No nosso caso, trata-se de uma guerra do governo contra a sua própria população.

Na semana em que o país e seu presidente entraram em colapso, e o número de mortos e vítimas da pandemia cresceu em progressão geométrica, na razão inversa da chegada de vacinas, começa-se a pensar em qualquer coisa para nos ajudar a sair do buraco.

A catástrofe brasileira, que já era prevista há vários meses por médicos e cientistas do mundo inteiro, enfim chegou, e agora que o descontrole na gestão da crise sanitária se tornou uma ameaça mundial, é hora de termos a grandeza de lançar um SOS ao mundo civilizado. Não adianta só ficar trocando de ministro da Saúde.

Afinal, estamos falando de uma nação de 212 milhões de habitantes, que já foi a sexta maior economia mundial, apenas uma década atrás.

Como se não fosse ele o principal responsável pelo desmanche do país, em vez de buscar soluções, o presidente fez novas ameaças nesta sexta-feira em suas redes sociais.

"O caos vem aí", trovejou o capitão num vídeo publicado no Youtube, prevendo que a "fome vai tirar o pessoal de casa".

Só não previu se o povo irá às ruas em sua defesa ou contra ele. Ou as duas coisas ao mesmo tempo.

"Vamos ter problemas sociais gravíssimos. Vai acabar chegando o momento de decretar o Estado de Sítio", anunciou, algo que planeja desde a posse, diante da sua total incapacidade de governar o país dentro das regras democráticas.

É impressionante a rapidez como a situação se degradou nestas últimas duas semanas em que deixei de atualizar o Balaio, pela primeira vez, desde a estreia do blog em 2008.

O primeiro passo para romper o círculo de ferro em que nos encontramos, isolados do mundo civilizado, sem mostrar sinais de reação aqui dentro, foi dado esta semana pelo ex-presidente Lula na maratona de entrevistas concedidas aos principais veículos da imprensa mundial, depois de anuladas as condenações que sofreu na República de Curitiba.

Talvez seja essa a razão do descontrole do capitão, que foi mais uma vez demonstrado na "live" de quinta-feira, disparando sua metralhadora giratória de mentiras e sandices, e caçoando de quem sente falta de ar.

Apesar de tudo, vida que segue.

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