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Balaio do Kotscho

OPINIÃO

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Agora vai: Amoedo e Gentili buscam "alternativa" para Lula e Bolsonaro

Danilo Gentili, Eduardo Bolsonaro e Jair Bolsonaro (Divulgação - SBT - Reprodução - Instagram)  - Reprodução / Internet
Danilo Gentili, Eduardo Bolsonaro e Jair Bolsonaro (Divulgação - SBT - Reprodução - Instagram) Imagem: Reprodução / Internet

Colunista do UOL

19/04/2021 17h53

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Agora vai, torcida brasileira: Danilo Gentili, do MBL (Movimento Brasil Livre), e João Amoedo, do Partido Novo,até já tiveram a primeira reunião por videoconferência, em busca de "uma alternativa" para derrotar Lula e Bolsonaro em 2022, como revelou hoje a coluna de Bela Megale, no Globo.

Em épocas pré-eleitorais é comum se apresentarem ao público alguns candidatos bizarros do showbiz nativo para pedir voto.

Já tivemos Silvio Santos, Tiririca, Datena, Huck. Tiririca foi único a chegar ao dia da eleição, e acabou eleito. Os outros só fizeram muitas borbulhas e desistiram antes de seus nomes chegarem à urna eletrônica.

A bola da vez agora é o comediante Danilo Gentili, dono de um programa de humor grosseiro e reacionário nos fins de noite da TV de Silvio.

O que parecia ser apenas mais uma brincadeira, como a de Huck em 2018 _ e era _ agora já está sendo levado a sério, engrossando a procissão dos candidatos "de centro", o novo nome de fantasia da direita.

Para surpresa dele mesmo e seus apoiadores, entre eles o deputado Kim Kataguiri, do DEM, um dos líderes das manifestações "sem partido" pela derrubada de Dilma, Gentili alcançou 4% das intenções de voto numa pesquisa do movimento, empatado com Ciro, Doria, Mandetta e Huck.

Se eles podem se apresentar como pré-candidatos à Presidência da República do Brasil, o comediante achou que também poderia.

Afinal, são todos gatos pardos do mesmo balaio do "Centro" (não confundir com o "Centrão"), o novo nome de fantasia da velha direita pré-Bolsonaro.

Em 1989, os mesmos grupos políticos de sempre procuravam uma "alternativa" a Brizola e Lula, chegaram a namorar Silvio Santos e acabaram elegendo Fernando Collor.

Nas últimas eleições presidenciais, também buscavam um nome para derrotar o PT e, como o tucano Geraldo Alckmin não emplacou, elegeram o ex-capitão Jair Bolsonaro.

Nada de muito novo, portanto.

O próximo passo da exótica dupla de articuladores de uma candidatura contra "os extremos da direita e da esquerda" agora é chamar para conversar o ex-juiz Sergio Moro, que também já teve seus tempos de estrela no showbiz do jornalismo lavajatista.

Amoedo e Gentili saíram da reunião abrindo mão de suas "candidaturas", se aparecer um nome melhor. Gentili ainda acredita ser possível formar uma chapa com Moro e Amoedo, abrindo magnanimamente mão de concorrer nas próximas eleições.

Pode parecer tudo uma grande fantasia, mas é assim mesmo que está se formando o pelotão de largada para 2022, em que só Lula e Bolsonaro parecem concorrer de fato, segundo as últimas pesquisas.

Por enquanto, tudo é apenas uma "dança dos famosos" eleitoral, que não parece empolgar muito o distinto público. Com tantos candidatos, se somar todos, não dá um candidato competitivo.

Só está faltando o Faustão para animar o auditório, mas ele não parece muito interessado. Tem mais o que fazer.

Vida que segue.

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