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OPINIÃO

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Com a esquerda dividida, bolsonarismo cresce no Rio

Colunista do UOL

17/05/2022 12h02

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Lula passou recentemente vários dias no Rio de Janeiro para selar a aliança entre PT e PSB, uma novela que se arrasta desde o final do ano passado.

Sem se entender sobre o nome do candidato ao Senado na chapa, vaga disputada por André Ceciliano (PT) e Alessandro Molon (PSB), os dois partidos viram crescer o bolsonarismo no estado fluminense na nova pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta terça-feira.

Bolsonaro cresceu 8 pontos e empatou com Lula, em 35%. Ciro tem 6% e os outros somados ficam com 5%.

Candidato ao governo, Marcelo Freixo (PSB) viu aumentar a vantagem do governador Cláudio Castro, que cresceu fora da margem de erro de 21% para 25%, enquanto o pessebista ficava estável, oscilando de 17% para 18%.

Na pesquisa espontânea para presidente, Bolsonaro, com 25%, aparece numericamente à frente de Lula, que tem 23%. Ciro tem 1%, o resto dá traço.

No cenário de um eventual segundo turno, Lula (47%) abre nove pontos de vantagem sobre Bolsonaro (38%). Em relação à pesquisa anterior, de março, Bolsonaro oscilou dois pontos para cima e Lula manteve o mesmo percentual.

Na disputa estadual, enquanto Castro procura se distanciar de Bolsonaro, ao evitar críticas a Lula, alegando que não quer nacionalizar a eleição, o petista Ceciliano, presidente da Assembleia Legislativa, tenta se aproximar de apoiadores do governador na Baixada Fluminense.

Do outro lado, agora também há uma disputa pelo apoio do presidente entre o senador Romário, candidato à reeleição, e o deputado federal Daniel Silveira, aquele condenado pelo STF e anistiado por Bolsonaro.

Assim, nos três maiores eleitorados do país, o PT até agora não fechou suas alianças, a quatro meses e meio da eleição.

Em Minas, o entrave também está na indicação do nome para o Senado na aliança de Lula com o prefeito Alexandre Kalil, do PSD, que não abre mão do nome de Alexandre Silveira, presidente do partido no Estado, enquanto os petistas já lançaram a pré-candidatura do deputado federal Reginaldo Lopes para o mesmo cargo.

Em São Paulo, continua a pendenga com o PSB, que insiste ainda na candidatura de Márcio França para governador, apesar da folgada liderança do petista Fernando Haddad nas pesquisas.

São três desafios de bom tamanho para o ex-presidente Lula enfrentar, quando voltar da lua de mel na próxima semana (o casamento com Janja é nesta quarta-feira, em São Paulo).

O que se decidir no Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo acaba refletindo nas alianças no resto do país nesta frente de centro-esquerda que está sendo costurada pelo PT.

Qualquer desavença com os aliados, a esta altura, pode ser a gota d´água.

Os bolsonaristas estão de olho.

Para se ter uma ideia da importância dessas alianças, basta dizer que na mesma pesquisa o cenário muda quando são apresentados os apoios dos principais candidatos à presidência da República. Com o apoio de Lula, Freixo chega a 40%, e Castro, apoiado por Bolsonaro, fica com 37%.

Vida que segue.