Haddad cobra de advogados apoio à reforma do IR: 'Tem que ter turbulência'
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, cobrou engajamento de advogados tributaristas para ajudar a aprovar a reforma do Imposto de Renda, apresentada pelo governo ao Congresso. Ele afirmou que o país ainda está "sem agenda de Estado" e que o contexto mundial desafiador não permite o "luxo do comodismo".
"Se a sociedade civil tirar Brasília da apatia, vai ser melhor para todo mundo. Não podemos nos acomodar. Todo ano tem que ter uma boa turbulência. Tem que ter turbulência, senão o país não avança", disse o ministro, nesta manhã, a advogados da área tributária que participavam do 38º Congresso Brasileiro de Direito Tributário, em São Paulo.
"Às vezes, as pessoas falam: 'como você aguenta?'. Na verdade, é o contrário disso. Porque o tédio é que inferniza a vida de uma pessoa que quer ver o país mudar. Quando as coisas não estão acontecendo, você fala: 'o que estou fazendo aqui?'", disse Haddad, sobre sua função como ministro.
Ele também afirmou que o Brasil ainda está "conflagrado, ainda está polarizado, ainda está sem agenda de Estado", mas elogiou o Congresso por ter aprovado a reforma tributária. "O Congresso soube se alçar a uma condição suprapartidária de política de Estado, para exercer o seu papel", afirmou.
O ministro justificou seu apelo por engajamento dizendo que os operadores do direito e as faculdades de direito costumam se envolver nos debates importantes para a sociedade. Também afirmou que os debates acadêmicos da classe jurídica em torno da reforma tributária sobre o consumo, por exemplo, deram segurança aos parlamentares para aprová-la no ano passado.
"Quando a sociedade civil se engaja em torno de uma causa justa, Brasília reage, Brasília sai da mesmice. Nós não estamos podendo, neste momento geopolítico mundial, nos dar ao luxo do comodismo", disse o ministro.
O governo tem cobrado mais agilidade, por parte do Congresso, para analisar a proposta que amplia a faixa de isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000. O projeto foi enviado em março para a Câmara e está sendo analisado pelo relator do texto, o ex-presidente da Casa Arthur Lira (PP-AL), desde então. A proposta é considerada crucial para a agenda da equipe econômica e para o desempenho político de Lula, que tem tido mau resultado nas pesquisas de opinião.
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