Topo

Carla Araújo

REPORTAGEM

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Gilmar Mendes ironizou Guedes por 'indicação' de Sergio Moro, diz livro

Livro O fim da Lava Jato conta bastidores políticos que levaram ao fim da operação - reprodução
Livro O fim da Lava Jato conta bastidores políticos que levaram ao fim da operação Imagem: reprodução

Do UOL, em Brasília

27/06/2022 10h33

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

Logo no início do governo de Jair Bolsonaro, o ministro da Economia Paulo Guedes foi ao gabinete do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes discutir temas da pauta econômica que tramitavam na Corte. Nessa conversa, Gilmar fez um inusitado elogio a Guedes por ter articulado o convite ao ex-juiz Sergio Moro para se tornar ministro da Justiça do governo.

Tratava-se, na verdade, de uma ironia. O episódio é relatado no livro "O Fim da Lava-Jato", dos jornalistas Aguirre Talento e Bela Megale, que será lançado nesta quarta-feira (29/6) em Brasília, na Livraria da Travessa (Shopping CasaPark). Em São Paulo, o lançamento acontecerá no dia 5 de julho, na Livraria Martins Fontes.

Durante essa reunião, Guedes começou a demonstrar orgulho por ter conseguido articular o convite a Moro. Muito falante, contava detalhes do episódio, mas errou o interlocutor: Gilmar Mendes era um dos principais críticos do antigo juiz da Lava Jato. O ministro logo interrompeu Guedes e causou surpresa à equipe dele que estava presente.

"Ministro Paulo Guedes, coloque isso no seu currículo. Isso talvez seja um dos grandes legados que o senhor deixa no ministério e no governo dos senhores. Tem muita gente, amigos meus do Congresso, que vaticinam que talvez o governo dos senhores não termine. Não sei, faço votos que termine. Mas coloque isso no seu currículo, é uma grande contribuição que o senhor deu ao Brasil. O senhor conseguiu tirar o Moro de Curitiba", disse Gilmar, no episódio narrado no livro.

O elogio do ministro do STF não era por Moro ter se tornado ministro, mas sim pelo fato de ele ter deixado o posto de juiz da Lava Jato, no qual incomodava a classe política.