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Carla Araújo

REPORTAGEM

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Bolsonaro usa reunião ministerial para reclamar do TSE e frustra campanha

Pessoal da campanha não teve voz em reunião com Jair Bolsonaro -  EVARISTO SA/AFP
Pessoal da campanha não teve voz em reunião com Jair Bolsonaro Imagem: EVARISTO SA/AFP

Do UOL, em Brasília

06/07/2022 19h39Atualizada em 06/07/2022 21h44

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A expectativa dos marqueteiros da pré-campanha do presidente Jair Bolsonaro era entregar um roteiro de viagens estratégicas para a equipe de ministros do governo e até mesmo incentivar doações à campanha.

A realidade, porém, foi outra.

Na reunião ministerial realizada ontem (6), no Palácio do Planalto, o pessoal da campanha não teve voz. Alguns ministros relataram inclusive que os integrantes do marketing não ficaram sentados na mesa principal e pouco ou quase nada falaram.

Nem mesmo o general Braga Netto, que está integrado ao núcleo da campanha, conseguiu finalizar a sua apresentação, na qual pretendia mostrar aos antigos colegas de Esplanada uma estratégia para potencializar os "feitos do governo", com comparações com governos anteriores.

Além disso, pretendia tratar das restrições do período eleitoral.

O encontro, no entanto, foi dominado por falas do presidente Bolsonaro, mas alguns ministros também tiveram a palavra, como o da Defesa, general Paulo Sergio. O tema principal: desconfianças em relação ao TSE e receio de fraude nas urnas eletrônicas.

Temas que há algum tempo a própria campanha já avisou a Bolsonaro que não rende votos e pode enfraquecer a sua candidatura.

General fala em 'dificuldades' com Fachin

Segundo apurou a coluna, o general Paulo Sergio fez uma atualização dos trabalhos da Defesa relacionados à eleição e relatou que encontra dificuldades para agendar uma reunião com o presidente do TSE, ministro Edson Fachin.

Os dois travaram uma troca de ofícios recentemente, com a Defesa pedindo uma "reunião técnica" com o TSE e, por outro lado, Fachin afirmando que já acolheu boa parte das sugestões e que as Forças Armadas estão contempladas no processo via Comissão de Transparência Eleitoral.

Bolsonaro e seus auxiliares têm disseminado teorias, sem fundamento nem provas, de que, ao lado de Fachin, os ministros do TSE Alexandre de Moraes, que presidirá a corte durante as eleições, e Luís Roberto Barroso, que a comandava até pouco tempo, estariam atuando para tentar eleger o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.