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Carla Araújo

REPORTAGEM

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Fachin tira de comissão que fiscaliza urnas coronel que veiculou fake news

Do UOL, em Brasília

08/08/2022 11h17Atualizada em 08/08/2022 14h30

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O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Edson Fachin, enviou um ofício hoje (8) ao ministro da Defesa, general Paulo Sérgio, informando a exclusão do coronel do Exército Ricardo Sant'Anna da equipe das Forças Armadas que atua na Comissão de Fiscalização do Sistema Eletrônico de Votação por disseminação de notícias falsas. A pasta deve anunciar em breve um novo nome para seu lugar.

No documento, Fachin cita uma reportagem do site Metrópoles, que mostrou que o coronel tinha publicações em suas redes sociais de apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e disseminava teorias bolsonaristas contra as urnas eletrônicas.

"Conforme apuração da imprensa, mensagens compartilhadas pelo coronel foram rotuladas como falsas e se prestaram a fazer militância contra as mesmas urnas eletrônicas que, na qualidade de técnico, este solicitou credenciamento junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para fiscalizar", escreveu Fachin.

O presidente do TSE informa Paulo Sergio do descredenciamento do coronel e solicita que o ministro indique outro nome, se julgar necessário. Fontes da Defesa afirmaram que o Exército deve indicar um novo nome em breve e possivelmente a conduta do coronel será investigada.

"À vista dos fatos narrados, serve o presente Ofício para comunicar a Vossa Excelência o descredenciamento do Coronel Ricardo Sant'Anna dos trabalhos de fiscalização, a partir desta data, rogando-se a esse Ministério, caso entenda necessária nova designação, que substitua o aludido militar por técnico habilitado para as funções", diz Fachin.

No documento, o ministro cita a resolução do TSE que "dispõe sobre os procedimentos de fiscalização e auditoria" da urna eletrônica. Ele acrescenta que a "elevada função de fiscalização do processo eleitoral" precisa ser exercida por membros "capazes de gozar de confiança da Corte e da sociedade, mostrando-se publicamente imbuídos dos nobres propósitos de aperfeiçoamento do sistema eleitoral e de fortalecimento da democracia".

O documento também é assinado pelo ministro Alexandre de Moraes, atual vice-presidente do TSE, que vai assumir o comando da Corte eleitoral na próxima semana.