Carla Araújo

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Reportagem

Contra desejo de Lula, Rui Falcão vai se candidatar à presidência do PT

Presidente do PT de 2011 a 2017, o deputado federal Rui Falcão vai anunciar hoje que será candidato ao comando do partido na eleição marcada para acontecer em julho.

Falcão, que faz parte da corrente interna Novo Rumo, deve disputar com o ex-prefeito de Araraquara Edinho Silva, que faz parte da corrente Construindo um Novo Brasil (CNB) e que é apontado como favorito, já que tem o apoio do presidente Lula.

À coluna, Falcão rechaçou que sua candidatura seja apenas para marcar uma posição mais à esquerda do partido.

"Vou disputar para tentar vencer. Marcar posição todos devem fazer, para que a militância conheça as ideias e propostas de cada candidato", disse.

Em março, Falcão divulgou uma carta aberta defendendo a renovação interna do partido e fez críticas à busca por uma "despolarização".

"Nosso partido deve rechaçar os apelos à despolarização, palavra da moda que significa levar-nos a uma transição efetiva para o centro, com um forte rebaixamento ideológico, programático e organizacional", disse. "O partido não pode ser reduzido a um braço institucional do governo de frente ampla", completou o deputado.

Já Edinho costuma repetir que o partido precisa parar de alimentar a polarização política e ampliar as alianças, principalmente diante da batalha eleitoral de 2026.

Arrumação interna na CNB

Atual presidente do PT, o senador Humberto Costa não deve apresentar candidatura como chegou a ser cogitado e, segundo fontes do partido, a resistência interna ao nome de Edinho teria sido superada nas últimas semanas, após uma conversa com o presidente Lula.

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No encontro, ficou acertado que a CNB - corrente majoritária do partido - não terá um racha. O grupo de Costa e José Guimarães (que também foi cotado para o comando da sigla) disse que apoiaria a candidatura de Edinho e pleiteou com a secretária de Finanças do partido.

Costa assumiu o comando do partido de forma tampão em março, após a saída de Gleisi Hoffmann, que virou ministra da Secretaria de Relações Institucionais.

Gleisi, que comandou o partido de 2017 até março deste ano, tinha algumas divergências com a candidatura de Edinho, mas, assim que assumiu o ministério, teve uma conversa com o ex-prefeito e ambos combinaram de cessar os ataques e vazamentos sobre divergências e abrir um diálogo sobre a sucessão do PT.

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