Carlos Madeiro

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Reportagem

Com fogos, sertanejos festejam 'sangria' de açude de Bacurau após 13 anos

Os moradores de Acari, no sertão do Seridó no Rio Grande do Norte, comemoram com festa o transbordamento do açude Gargalheiras, que "sangrou" pela primeira vez em 13 anos.

Dezenas de pessoas estavam às margens do reservatório na noite de quarta (3), por volta das 23h, quando o açude começou a sangrar — como é identificado o transbordamento. Houve até fogos de artifício.

Desde a terça (2), moradores se dirigiam até o local esperando o açude atingir 100% da capacidade. O momento é considerado histórico após a região viver a maior seca do semiárido — entre 2012 e 2017.

Segundo o Igarn (Instituto de Gestão das Águas do Estado do Rio Grande do Norte), o açude tem capacidade para acumular 44 milhões de metros cúbicos de água. Mais que isso, o reservatório passa a sangrar.

O açude Gargalheiras abastece toda a cidade de Acari e complementa o abastecimento de 30% do município vizinho de Currais Novos. Com o reservatório cheio, o volume de água é suficiente para manter o serviço pelos próximos quatro anos.

O momento de transbordamento foi filmado e compartilhado em redes sociais.

O açude ficou conhecido nacionalmente após o filme Bacurau, do diretor Kleber Mendonça Filho. O esconderijo de Lunga, personagem da trama premiada, ficava neste local.

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Por que o momento é histórico

Açude Gargalheiras (RN)
Açude Gargalheiras (RN) Imagem: Aline Lopes/Caern

A última vez que o açude, construído na década de 1950 pelo DNOCS (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas), sangrou foi em maio de 2011. Depois, houve uma seca histórica entre 2012 e 2017 — e em vários momentos o açude ficou seco.

Em janeiro do ano passado, o reservatório foi eleito patrimônio histórico, cultural e geográfico do Rio Grande do Norte. O nome do reservatório é Gargalheiras por ele ter o formato de uma garganta.

Reportagem

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