Oropouche: Saúde relata caso de anomalia congênita e morte de bebê no AC
O Ministério da Saúde divulgou nesta quinta-feira (8) que registrou mais um caso de um bebê, dessa vez nascido no Acre, com anomalias congênitas associadas à transmissão vertical do vírus oropouche.
Em nota, a pasta diz que o bebê veio a óbito na última semana, após 47 dias de vida. A mãe, de 33 anos, havia apresentado manchas no corpo e febre no segundo mês de gravidez. Exames laboratoriais no pós-parto apontaram para febre oropouche.
Exames realizados nos laboratórios do Instituto Evandro Chagas (IEC/SVSA/MS), em Belém, apontaram a existência de material genético do vírus em diferentes tecidos do bebê que nasceu com microcefalia, malformação das articulações e outras anomalias congênitas.
Ministério da Saúde, em nota
A pasta afirma que as análises descartaram outras hipóteses diagnósticas. "No entanto, a correlação direta da contaminação vertical de oropouche com as anomalias ainda precisa de uma investigação mais aprofundada". A Secretaria do Estado de Saúde do Acre também acompanha o caso.
Antes desse caso, a Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco havia emitido alerta no dia 24 de julho confirmando duas mortes de fetos infectados com o vírus oropouche.
Seminário vai debater casos
Ainda em nota, o ministério afirma que criou uma Sala Nacional de Arboviroses, e a ministra da Saúde, Nísia Trindade, tem se reunido com especialistas de sociedades científicas e gestores das áreas de vigilância e assistência à saúde para ouvir as análises sobre a doença.
"Pelo ineditismo dos recentes registros de casos de transmissão vertical de oropouche, o Ministério da Saúde promoverá seminário científico nacional sobre o tema na próxima semana", diz a pasta.
Uma nota técnica também será enviada aos estados e municípios com orientações para as análises, vigilância e assistência em saúde das condutas recomendadas para gestantes e recém-nascidos com sintomas compatíveis com oropouche.
Casos
O Brasil registrou 7.497 casos de Oropouche este ano em 23 estados brasileiros, segundo dados até o dia 6 de agosto. A maior parte dos casos foi registrada no Amazonas e em Rondônia.
Na semana passada, foram confirmados os primeiros dois óbitos pela doença na Bahia, ambas com menos de 30 anos, sem comorbidades, mas que tiveram sinais e sintomas semelhantes a um quadro de dengue grave. Um óbito em Santa Catarina está em investigação.
A doença
A febre oropouche, causada por vírus de mesmo nome, tem se espalhado pelo país este ano e sua transmissão já foi confirmada em 16 estados. A doença é transmitida pelo inseto Culicoides paraensis, também conhecido como maruim, meruim ou mosquito-pólvora, dependendo da região.
Os sintomas são parecidos com os da dengue e da chikungunya: dor de cabeça, dor muscular, dor nas articulações, náusea e diarreia.
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Quero receberSegundo o Ministério da Saúde, até agora foram 7.044 casos confirmados no Brasil, com transmissão autóctone em 16 estados. Outros três estados estão com essa transmissão em investigação.
Não há terapias específicas para o manejo clínico da febre oropouche. O tratamento visa o alívio dos sintomas.
Ministério da Saúde
Para as gestantes, medidas podem reduzir o risco de picada pelo vetor:
- Usar repelentes adequados para a gestação
- Evitar áreas de exposição na pele
- Utilizar telas em portas e janelas
- Evitar a circulação em áreas de maior circulação do vetor, como de mata
- Evitar a exposição em horários de maior circulação do vetor (entre 16h e 18h)
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