Polícia mira influenciadores por propaganda de casas de jogos clandestinas

A Polícia Civil de Alagoas está investigando influenciadores que já divulgaram ou que ainda usam suas contas nas redes sociais para divulgar plataformas online de jogos clandestinos.
A polícia deflagrou a operação Game Over, que mirou 18 influenciadores, na quarta-feira (14). Eles foram alvo de busca e apreensão e tiveram bens apreendidos, até a quantia de R$ 15 milhões, por ordem judicial. Entre o material apreendido estão vários carros de luxo.
Desde 1º de janeiro, a SPA (Secretaria de Prêmios e Apostas), do Ministério da Fazenda, tem em seu site uma lista com casas liberadas para atuarem no país, mas alguns influenciadores foram flagrados fazendo propaganda de casas clandestinas e acabaram detidos.
?Ainda existem muitas bets clandestinas operando?, alerta o delegado Lucimério Campos, da Delegacia de Estelionatos e responsável pela operação.
Dos 18 alvos da operação da quarta, seis deles estavam divulgando casas não regulamentadas.
Quando fomos cumprir as buscas, encontramos alguns desses alvos que fizeram publicação de links de casas que estavam fora da relação autorizada. Então eles foram detidos e conduzidos para delegacia, onde lavramos contra eles um TCO
Delegado Lucimério Campos
Por ser crime de menor potencial ofensivo, com pena de até 2 anos, não ficaram presos: assinaram o TCO e respondem em liberdade.

Entre os detidos estava o influenciador Babal Guimarães, cunhado de Carlinhos Maia, que teve bens apreendidos e conta no Instagram bloqueada. Em nota, ele afirmou que ?sempre agiu de boa-fé ao firmar contratos com casas de apostas?, e que a defesa está analisando o processo a fundo para ter mais detalhes.
?Em todas as ocasiões, Babal se dedicou a verificar a regulamentação e a legalidade dessas empresas, realizando solicitações de documentos aos proprietários das casas de apostas para garantir a conformidade legal das operações. Por essa razão, confia num desfecho favorável?, afirmou.
Crime contra economia popular
Segundo o delegado, a segunda fase da Game Over focou não focou mais nas denúncias de vítimas determinadas. No desfecho da primeira fase, em outubro, influenciadores investigados acertaram um acordo com a polícia para pagar R$ 2,7 milhões, ressarcindo vítimas.
?Nós aproveitamos as informações da primeira fase e investigamos agora uma conduta que provoca lesão à economia popular, em que a própria promoção do jogo já é o crime, sem precisar de vítimas? diz.
Para que o crime ocorresse, diz, bastava que o influenciador estivesse anunciando uma plataforma ou casa de apostas que não tivesse autorização no Brasil.
?No começo da investigação, nenhuma casa tinha autorização; todas estavam ainda naquele limbo jurídico, sem regulamentação no país. Então, focamos nesses influenciadores, alguns inclusive de alcance nacional, que faziam propaganda das casas?, cita.

O delegado explica que todo cidadão pode ter acesso à lista de casas licenciadas para operar no país, e alerta aos influenciadores que sempre se certifiquem da autorização das casas antes de fecharem um negócio.
?A pessoa hoje que divulgar fora dessas listas está sujeita a penas, tanto com base na lei do jogo de azar, quanto na lei dos crimes contra a economia popular. Essa segunda fase ela focou nisso?, diz.
Essas casas clandestinas não vão ofertar o prêmio que prometem. As pessoas vão ser induzidas a jogar, o dinheiro vai sair do Brasil de forma clandestina, sem deixar nenhuma riqueza aqui, sem pagar impostos e sendo vertido para o exterior. O caminho vai ser responsabilizando aquele influenciador.
Delegado Lucimério Campos
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