Serial killer pega 37 anos de prisão em primeiro júri por mortes em Maceió

Ler resumo da notícia
O ex-agente penitenciário Albino Santos de Lima, 42, foi condenado hoje em júri popular a 37 anos, um mês e 15 dias de prisão em regime fechado pela morte de Emerson Wagner da Silva e pela tentativa de assassinato de um amigo dele. O caso ocorreu no dia 21 de junho de 2024, no bairro da Ponta Grossa, em Maceió.
Albino está preso desde setembro do ano passado pelos crimes que, segundo a polícia, ele confessou.
Ele foi condenado por homicídio duplamente qualificado e tentativa de homicídio também duplamente qualificada (por futilidade e por ter praticado o crime mediante recurso que tornou impossível a defesa da vítima). O caso foi julgado pela 8ª Vara Criminal da Capital/Tribunal do Júri, e a sentença foi lida por volta das 17h30 pelo juiz José Eduardo Nobre Carlos.
"O Ministério Público encerra esse júri com a certeza de que a justiça foi feita à memória do Emerson e à família, que levará consigo sempre a dor dessa tragédia", afirmou o promotor Thiago Riff.
Esse foi o primeiro de pelo menos dez processos que o chamado Serial Killer de Alagoas responde por assassinatos praticados em Maceió. Há ainda há outros casos sendo investigados, já que ele é apontado como autor de 18 mortes na capital alagoana entre 2019 e 2024, alguns ainda sem denúncia por parte do MP-AL (Ministério Público de Alagoas).
Inicialmente, Albino era apontado como autor de dez mortes na capital alagoana entre 2023 e 2024. Mas com o aprofundamento das investigações, ele confessou mais oito em fevereiro deste ano, e inquéritos foram reabertos pela polícia.
Albino disse que vítima era de facção; polícia desmentiu
Em sua defesa, Albino confessou os crimes, mas disse que agiu em legítima defesa. Ele diz que foi perseguido e ameaçado por Emerson e um amigo. Segundo Albino, Emerson ameaçou esfaqueá-lo por ter forçado a fechadura da casa da namorada dele. Emerson morreu após ser baleado, e o amigo não foi atingido.
"Ele era de facção, ia me matar, bater em mim. Não tive escolha", disse. A polícia já desmentiu a tese de envolvimento de Emerson com facção ou crimes. O MP-AL alega que o réu usou o argumento falso para tentar justificar os crimes. "Não tem lógica ele dar um tiro em uma pessoa que está com uma faca. É o se colar, colou", disse o promotor Thiago Riff.
Ainda no julgamento, foram ouvidos além do amigo de Emerson, a ex-mulher e o genro de Albino, que confirmaram em depoimentos que o réu tinha comportamento agressivo. A ex afirmou que, por anos, Albino não aceitou a separação.

Doença mental
Para os outros casos, a defesa de Albino alega que ele tinha problemas mentais e não deveria ser condenado. "Ele tem problemas sérios com o entendimento da realidade, diz cometer esses crimes por estar possuído por alguma entidade. Ele não tinha conhecimento da brutalidade do fato que cometeu", alega o advogado Geoberto de Luna.
Ele diz que fazia isso cumprindo uma missão imputada por um suposto arcanjo Gabriel. Não era ele quem cometia, mas sim esse arcanjo: ele seria apenas o instrumento para isso. É uma questão da loucura dele.
Geoberto de Luna
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.