Mãe que denunciou falso sequestro confessa à polícia que matou bebê em AL
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A mãe da menina Ana Beatriz foi presa hoje em flagrante após confessar à polícia que matou a recém-nascida. Eduarda Silva de Oliveira, 22, indicou onde estava o corpo da filha, encontrado no quintal da casa dela, em Novo Lino (AL).
A informação foi divulgada pelo delegado Igor Diego, da Dracco (Diretoria de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado) e confirmada pelo advogada de Eduarda, José Wellington Oliveira, em entrevista coletiva nesta noite. Por segurança, ela ficará detida em Maceió.
Apesar da confissão, a polícia ainda vai apurar a versão e aguardar a conclusão da perícia no local e no corpo da criança.
"Ela disse que a criança estava há duas noites sem dormir, chorava com a barriga inchada e não conseguia dormir porque lá tinha som alto num bar ao lado. Com o barulho, e com a criança sem parar de chorar, ela não teria aguentado, pegou o travesseiro e asfixiou a criança", disse o delegado.
O corpo da bebê estava escondido em uma sacola plástica e guardado em um armário com produtos de limpeza. A polícia ainda quer saber se Eduarda recebeu ajuda. Ontem, a casa foi investigada com apoio de uma cadela farejadora, mas nada foi encontrado.
O Instituto de Criminalística fez uma perícia no local e levou o corpo a Maceió, onde será necropsiado no IML (Instituto Médico Legal).
Mãe deu diferentes versões sobre o sumiço da criança
No primeiro relato, Eduarda afirmou que a filha havia sido levada por criminosos em uma abordagem na BR-101, na última sexta-feira. "Pegamos imagens de câmeras e ouvimos três passou testemunhas que estavam do outro lado da pista. Todas foram uníssonas em dizer que a mãe saiu da casa dela diretamente para a casa da vizinha [onde informou do suposto sequestro], não estava com a criança e nenhum veículo passou em baixa velocidade", afirma o delegado.
Depois, ela passou a mudar os relatos. Segundo a polícia, Eduarda deu cinco versões para o sumiço da criança até ontem, quando passou a ser considerada suspeita. A polícia diz que gastou "toda a energia possível" para checar as informações. "Sempre que levávamos as informações, dizendo que não batia com o que ela dizia, ela inventava uma nova versão", diz.
"Ela ainda contou outra versão fantasiosa, de que teria dado a criança, mas pouco tempo depois vimos que não iria se sustentar. Depois ela mudou, disse que estava amamentando e que a bebê teria engasgado, e ela teria tentado reanimar a criança e não teria conseguido", disse. "Estamos diante de um crime permanente de ocultação de cadáver, e estamos apurando se foi um infanticídio ou homicídio", afirma.
Segundo o advogado de Eduarda, ela confessou hoje de manhã, após ser confrontada com as inconsistências dos diferentes depoimentos.
À tarde, Eduarda passou mal e precisou ser levada de ambulância uma unidade de saúde municipal. Na saída, a ambulância chegou a receber pedradas, mas não houve feridos. Após o atendimento, ela foi conduzida ao Cisp (Centro Integrado de Segurança Pública), onde populares se aglomeraram gritando por "justiça".
O pai da menina, Jaelson da Silva Souza, estava em São Paulo quando soube da notícia. Em um vídeo divulgado pelo Balanço Geral, da TV Record, ele relata que está há um mês fora e ainda não tinha conhecido a filha.

Como denunciar violência contra crianças e adolescentes
Denúncias sobre violência contra crianças e adolescentes podem ser feitas pelo Disque 100 (inclusive de forma anônima), na delegacia de polícia mais próxima e no Conselho Tutelar de cada município.
Se for um caso de violência que a pessoa estiver presenciando, pode ligar no 190, da Polícia Militar, para uma viatura ir no local. Também é possível se dirigir ao Fórum da Cidade e procurar a Promotoria da Infância e Juventude.
Quem não denuncia situações de perigo, abandono e violência contra crianças e adolescentes pode responder pelo crime de omissão de socorro, previsto no Código Penal. A lei Henry Borel também prevê punições pra quem se omite.
Funcionários públicos que se omitem no exercício de seus cargos, em escolas, postos de saúde e serviços de assistência social, entre outros, podem responder por crime de prevaricação.
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