Carlos Madeiro

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Reportagem

Polícia investiga mensagens de ódio e ameaças enviadas para prefeita no RN

A Polícia Civil do Rio Grande do Norte está investigando as mensagens de ódio e ameaças de morte recebidas nos últimos dias pela prefeita de Parnamirim, na Região Metropolitana de Natal, a professora Nilda Cruz (Solidariedade).

Ela denunciou o caso às autoridades, alegando que vem recebendo conteúdo via WhatsApp de um perfil com DDD 11 (São Paulo) denominado "SupremaCia Grazi", que cita inclusive termos agressivos e racistas contra a Nilda, que é uma mulher negra.

O remetente se referiu a prefeita como "macaca" em uma clara manifestação racista, bem como afirmou "estar contando as balas" para atacá-la, destacando, inclusive, que vai invadir o gabinete da chefe do Poder Executivo da terceira maior cidade do Estado do Rio Grande do Norte.
Nota da Prefeitura de Parnamirim (RN)

Depois das mensagens, a prefeita registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil e comunicou o fato a Secretaria Estadual de Segurança Pública e Defesa Social. Além disso, diz que adotou "medidas preventivas para garantir a sua integridade física e a de seus familiares".

Em nota, a prefeitura "repudia e lamenta as ameaças de morte e mensagens preconceituosas direcionadas a chefe do poder executivo do Município".

Causa repulsa, revolta e indignação, os ataques racistas e misóginos contra a primeira mulher negra da história eleita para governar o Município de Parnamirim. Esse ato de violência política de gênero não pode prosperar e o poder executivo municipal espera que as autoridades competentes atuem de forma enérgica para prender o responsável ou responsáveis por essas atitudes deletérias.
Nota da Prefeitura de Parnamirim (RN)

O caso gerou também manifestação da governadora Fátima Bezerra (PT), que publicou texto em redes sociais expressando "solidariedade e apoio à prefeita".

Diante da gravidade dessa situação, fiz contato com o secretário de Segurança Pública coronel Araújo e com a delegada geral Ana Cláudia e ordenei o início imediato de uma investigação pela Polícia Civil para apurar esses ataques, com todo o rigor da lei.
Fátima Bezerra

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A Polícia Civil informou que investiga o caso "com tratamento prioritário", que classificou como de "extrema gravidade e repulsa". A denúncia está sendo apurado pela recentemente criada Delegacia Especializada no Combate a Crimes Raciais, Intolerância e Discriminação.

A instituição ainda pede que, quem tiver denúncias, pode realizar de forma anônima, por meio do Disque Denúncia. O número é o 181.

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