Carlos Madeiro

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Reportagem

Governador da Bahia sugere que bolsonaristas devem ir 'para a vala'; veja

O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), sugeriu que Bolsonaro e seus eleitores deveriam ser levados "pra vala" durante discurso na última sexta-feira. A fala teve reação inclusive do ex-presidente, que classificou como discurso "carregado de ódio".

Jerônimo se referia a uma provável condenação de Bolsonaro no STF por tentativa de golpe, citando que "tivemos um presidente que sorria daqueles que estavam na pandemia sentindo falta de ar".

Ele vai pagar essa conta dele e quem votou nele podia pagar também a conta, fazia no pacote. Bota uma 'enchedeira'... Sabe o que é uma 'enchedeira'? [É] Uma retroescavadeira: bota e leva tudo pra vala.
Jerônimo Rodrigues (PT), governador da Bahia

Nesta segunda-feira, o governador minimizou a fala durante entrevista na visita que fez às obras da reforma do Teatro Castro Alves, em Salvador. Ele também disse que as falas foram "tiradas de contexto".

Quem me conhece, sabe: eu sou uma pessoa religiosa, sou uma pessoa de família, não vou nunca tratar qualquer opositor com um tratamento deste. [A fala] foi descontextualizada. Eu apresentei anteriormente a minha inconformação, a minha indignação como o país estava sendo tratado.
Jerônimo Rodrigues (PT), governador da Bahia

Reação

Em suas redes, Bolsonaro classificou o discurso como "carregado de ódio". "Em qualquer cenário civilizado deveria gerar repúdio imediato e ações institucionais firmes", disse.

Esse tipo de discurso, vindo de uma autoridade de Estado, não apenas normaliza o ódio como incentiva o pior: a violência política, o assassinato moral e até físico de quem pensa diferente. É a institucionalização da barbárie com o verniz de 'liberdade de expressão progressista'.
Jair Bolsonaro (PL) ex-presidente

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A fala gerou também forte reação no meio político entre os apoiadores de Bolsonaro. O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), por exemplo, reclamou que "eles podem falar o que quiser, até mesmo pregar morte aos seus opositores". " Quando eu digo que se pudesse, esse pessoal matava a gente, duvidam", disse.

O ex-ministro de Bolsonaro, João Roma (PL-BA), afirmou que Jerônimo fez "apologia à barbárie".

Foi justamente a política, a ciência da promoção do bem comum, que nos fez progredir enquanto sociedade. Essa fala imprudente e leviana é um anti exemplo do que a vida pública, em sua face virtuosa e decente, nos traz como caminho. Com essa natureza de discurso de quem governa um dos estados mais violentos do país, estamos diante da absoluta e cristalina falência dos valores dignos", disse.
João Roma (PL-BA), ex-ministro

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