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Carolina Brígido

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Eleições de 2022 terão disputa acirrada entre sertanejo e MPB

Chico Buarque e Lula - Marco Antônio Rezende/Folhapress
Chico Buarque e Lula Imagem: Marco Antônio Rezende/Folhapress

Colunista do UOL

08/10/2021 04h00

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Se o cenário político atual se estender até o ano que vem, as eleições presidenciais prometem disputa acirrada entre Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro. Decisão tomada ontem pelo STF (Supremo Tribunal Federal) abriu o caminho para outra disputa na campanha: sertanejo contra MPB.

Depois de 15 anos, o tribunal ressuscitou shows musicais e eventos culturais para apoiar campanhas - desde que o evento seja restrito apenas a apoiadores, com o objetivo de arrecadar recursos para candidaturas. Os artistas não poderão receber pagamento pela participação.

Os showmícios, no entanto, seguem proibidos - remunerados ou não. Esses eventos eram abertos ao público externo.

Com shows liberados, haverá uma linha divisória entre os dois principais candidatos. Cantores e bandas de MPB, samba e ritmos tradicionais costumam prestar apoio à esquerda - no caso, Lula. Maria Rita, Valesca Popozuda e Chico Buarque estão entre os entusiastas do petista.

No ano passado, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) liberou a realização de uma live pelo cantor Caetano Veloso para arrecadar fundos para a campanha de Manuela D'Ávila (PCdoB), candidata à Prefeitura de Porto Alegre. A decisão foi isolada. Na época, não foi estendida essa possibilidade a outras campanhas.

Em número de artistas apoiadores, Lula pode até levar vantagem em 2022, mas Bolsonaro tem uma poderosa arma na manga: os cantores sertanejos. O presidente tem a seu lado muitos artistas do ramo - como Zezé Di Camargo, Amado Batista, Gusttavo Lima e Sérgio Reis. Alguns sertanejos, no entanto, se recusam a declarar apoio a algum político, por medo de aborrecer o público.

O mais comum é que o público sertanejo não aprecie MPB e vice-versa. Será um espelho da disputa de Bolsonaro e Lula, em que o eleitor que gosta de um, torce o nariz para o outro.