Topo

Carolina Brígido

REPORTAGEM

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Para governo, ex-chefe do GSI agiu com 'incompetência e corporativismo'

O general Gonçalves Dias, ex-ministro do GSI - 29.dez.2022 - Evaristo Sá/AFP
O general Gonçalves Dias, ex-ministro do GSI Imagem: 29.dez.2022 - Evaristo Sá/AFP

Colunista do UOL

20/04/2023 15h42Atualizada em 20/04/2023 16h01

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

Interlocutores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva avaliam que o ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) Gonçalves Dias agiu com "incompetência e corporativismo". Em caráter reservado, um integrante do governo considerou que, diante das cenas divulgadas, era "inevitável" o general deixar o cargo. No entanto, a impressão de pessoas próximas de Lula é que Gonçalves Dias agiu "sem maldade".

A interlocutores o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes negou ter conhecimento prévio do vídeo. Autoridades do governo também negam ter assistido às imagens antes de o vídeo ter se tornado públicas. Ainda assim, fontes da Polícia Federal afirmam que militares do GSI já estavam sendo investigados desde março, por tentativa de auxiliar a fuga de golpistas do Palácio do Planalto em 8 de janeiro.

No dia 10 de março, a coluna revelou que um servidor da Polícia Federal que estava no Palácio do Planalto durante os ataques disse que militares escoltaram golpistas até a saída de emergência, para evitar que fossem presos. O depoente afirmou que, no túnel que liga o anexo 2 ao Planalto, onde normalmente há controle do GSI, estava sem seguranças.

O servidor informou à PF, no depoimento, que entregaria imagens para comprovar o relato. Alexandre de Moraes teve acesso ao depoimento na época. Nesta quinta-feira (20), o ministro mandou a PF ouvir Gonçalves dias sobre as imagens no prazo de 48 horas.

Moraes também determinou que o ministro interino do GSI, Ricardo Cappelli, informe quem são os servidores civis e militares que aparecem nas imagens e quais providências foram tomadas em relação ao fato. Cappelli tem 24 horas para responder.