Carolina Brígido

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Reportagem

Governo pede desculpas a ex-funcionários da Panair, fechada pela ditadura

A Comissão de Anistia, ligada ao Ministério de Direitos Humanos e da Cidadania, aprovou nesta sexta-feira (29) um pedido de desculpas aos cerca de 4.000 ex-funcionários da extinta Panair do Brasil, fechada em 1965 pela ditadura militar (1964-1985).

O grupo entrou com pedido de anistia coletiva para que o Estado brasileiro reconhecesse que errou ao obrigar a empresa aérea a encerrar suas atividades.

Fundada em 1929, a Panair foi perseguida pela ditadura militar em decorrência de perseguição política sofrida pelos sócios proprietários. A decisão foi tomada com um placar de sete votos e uma abstenção.

"É muito importante mostrar que não foram uma, duas ou três pessoas atingidas, foram milhares de pessoas atingidas por um único decreto absolutamente cruel, totalmente violento e ilegal, que destruiu a vida de milhares de pessoas, de milhares de famílias. São 60 anos de luta e de resistência. Agora, temos pelo menos o reconhecimento do erro do Estado e o pedido de desculpas", diz Ingrid Fricke, que trabalhou na empresa.

Ela explicou que, a partir do reconhecimento do Estado, será possível aos funcionários entrarem com pedidos de indenização financeira, que serão analisados caso a caso.

Em setembro do ano passado, a Comissão de Anistia aprovou pedido de desculpas aos familiares dos donos da empresa, Celso da Rocha Miranda e Mario Wallace Simonsen. Agora, o reconhecimento foi estendido aos ex-empregados, que foram demitidos de forma abrupta quando a companhia fechou as portas.

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