Como a guerra Bolsonaro x Witzel afeta o Rio
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No meio do confronto declarado entre o presidente Jair Bolsonaro e o governador fluminense Wilson Witzel estão os 16 milhões de habitantes do Rio de Janeiro que não têm nada a ver com isso. Pelo contrário: já sofreram demais por causa dos governantes e precisam ser amparados. Difícil acreditar, porém, que com tanta turbulência entre as duas esferas de poder os assuntos estratégicos que dependem da relação entre Witzel e Bolsonaro continuem a ser tratados da mesma forma.
Políticos ouvidos pela coluna acreditam que a principal questão, a renovação do acordo de recuperação fiscal do estado, acabará sendo resolvida a contento. As maiores dificuldades ficarão por conta dos chamados assuntos de varejo, que interferem na vida de muita gente.
Na bancada federal do PSL, que é fiel ao presidente e passou a encarar o governador como traidor, há disposição de ajudar na extensão do alívio fiscal. "O estado passou por várias gestões tenebrosas e está em situação lastimável", diz o deputado federal Carlos Jordy (PSL-RJ), vice-líder do governo na Câmara. "Não podemos deixar que o Rio quebre por causa desse tensionamento, mas as conversas certamente serão muito mais difíceis que antes desse episódio".
Muitos acreditam que o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) vai passar a tratar dos assuntos maiores com o presidente, como uma espécie de atalho entre os políticos estaduais e o governo federal.
O grande problema vai se verificar nas questões que dependem de interlocução constante entre o governador, a bancada federal e os ministros, como convênios na área da segurança ou da saúde. Sem um bom entendimento entre Witzel e Bolsonaro, tudo fica mais complicado.
"Torço para que no cotidiano as relações não sejam afetadas, porque o estado precisa disso", diz o deputado Christino Áureo (PP-RJ). "A retomada da economia é muito mais urgente no Rio do que em qualquer outra unidade da federação nesse momento. Há que prevalecer o juízo e a maturidade".
O vice-líder do PSL, porém, acredita que o diálogo não será fácil. "O governador já não tinha boa relação com os deputados, é difícil ter acesso a ele, nossas solicitações não são atendidas. Agora, complica um pouco mais", acredita Jordy.
Sobre um estado que já teve quatro ex-governadores em cana (Garotinho e Rosinha foram liberados por Gilmar Mendes, Sérgio Cabral e Pezão continuam), pode-se dizer que não há mais como exigir cota de sacrifício de seus contribuintes. Pelo bem da população, espera-se que Bolsonaro e Witzel encontrem uma forma de superar as desavenças para fazer aquilo para o qual foram eleitos.
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