Pela Polícia do Rio, Fifa não poderia fazer campanha contra racismo
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A maré anda tão revolta no país, que autoridades não se inibem de tentar justificar ações absurdas com palavras absurdas. Foi o caso da retirada da faixa "Botafogo antifascismo" das mãos de uma torcedora que estava na arquibancada do Engenhão, no domingo, assistindo seu time jogar contra o Ceará. Policiais militares apreenderam a peça e o vídeo da ação viralizou.
Para justificar o injustificável, a PM do Rio de Janeiro enviou ao UOL nota em que evoca o Estatuto do Torcedor, que a certa altura determina que "é condição de permanência no estádio utilizar faixas e bandeiras apenas para manifestação festiva e amigável, logo, não será autorizada permanência no local qualquer material que faça referência a ideologia que não diga respeito ao futebol e a manifestações festivas".
A partir de agora, pela interpretação que os policiais fazem do estatuto, sabemos todos que a Fifa não poderá fazer nos estádios cariocas a campanha contra o racismo que mantém no mundo todo. Afinal, não se trata de manifestação "festiva e amigável" e faz referência a ideologia que não diz respeito ao futebol.
Também não poderia reproduzir aqui a campanha "Aperto de Mãos pela Paz", que fez entre 2013 e 2015, na qual jogadores de países em conflito se cumprimentavam no início das partidas.
O mesmo para a campanha contra homofobia...
Não é possível que o comando da PM não saiba que lutar contra o racismo, pela paz, contra a homofobia e contra fascismo não tem a ver com ideologia, e sim com a defesa do mínimo de regras civilizatórias.
Obviamente, a retirada da faixa tem a ver com as frequentes acusações de fascismo feitas contra vários governantes em todo o país. Fazendo o que fez, a polícia só dá ainda mais razão a quem acusa.
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