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Chico Alves

Pesquisas mostram mudança da opinião pública em relação a Bolsonaro

09.mar.2020 - O presidente Jair Bolsonaro fala em seminário para empresários americanos em Miami, na Flórida - ZAK BENNETT/AFP
09.mar.2020 - O presidente Jair Bolsonaro fala em seminário para empresários americanos em Miami, na Flórida Imagem: ZAK BENNETT/AFP

Colunista do UOL

10/03/2020 14h24

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Ao convocar a população para as manifestações do dia 15, o presidente Jair Bolsonaro mostrou confiar na própria popularidade para encher as ruas. Apesar disso, duas pesquisas que vieram hoje à luz mostram que a opinião pública está bem dividida, com viés de reprovação a Bolsonaro.

O Instituto Paraná entrevistou 2.002 pessoas entre os dias 4 e 6 de março para fazer duas perguntas. A primeira: é certo ou errado o presidente apoiar atos contra o Congresso? A maioria, mais exatamente 52,2%, acha errado e 40% acham certo.

A segunda pergunta: o fato de o presidente apoiar os atos contra deputados e senadores é bom ou ruim para o país? As respostas foram ainda mais desfavoráveis para Bolsonaro, com 57,1% opinando que acham ruim e somente 35% dizendo que é bom.

Uma outra pesquisa foi divulgada pela jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo. A empresa AP Exata concluiu que "o governo vem perdendo a guerra da dominância narrativa nas redes. Seus apoiadores fazem muito barulho, mas só têm influenciado uma bolha cada vez mais radicalizada".

Os levantamentos induzem a concluir que, tanto na internet quanto fora dela, a postura de Bolsonaro não é vista como positiva pela maioria.

Isso não quer dizer que as manifestações do dia 15 terão pouca adesão, até porque, além dos apoiadores naturais, alguns empresários adiantaram que vão investir boas quantias na propaganda e na mobilização de simpatizantes.

Mas os números revelados em pesquisas de tipos diferentes abrem espaço para expectativa em relação às manifestações do dia 18, que serão organizadas contra o governo.

Até o fim de março saberemos na prática se o cacife do presidente Bolsonaro continua tão alto quanto antes junto à opinião ou se as pesquisas detectaram um ponto de inflexão que poderá vir a ser motivo de preocupação futura para os bolsonaristas.