Associação de delegados quer diretor da PF com autonomia do governo
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Teve grande repercussão a atitude da delegada Denisse Dias Rosas Ribeiro, da Polícia Federal, que colocou objeções à busca e apreensão autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes contra um senador e dez deputados bolsonaristas. Ela disse em ofício que a realização da operação no início das investigações representaria "risco desnecessário" à "estabilidade das instituições". A argumentação de cunho político teria levado, inclusive, a Procuradoria-Geral da República a pedir o afastamento de Denisse do caso.
O presidente da Associação Nacional de Delegados da Polícia Federal, Edvandir Paiva, falou à coluna e defende a delegada. "Apurei este caso e tenho a convicção de que não houve critério político", diz Paiva. "A PGR representou por vinte mandados de busca e trinta e tantas quebras de sigilos bancário e financeiro. Denisse se reuniu com o juiz instrutor, que a autorizou a fazer uma proposição técnica para melhor cumprimento e desenvolvimento da investigação".
Para o presidente da entidade, a proposição técnica da delegada é perfeita. "Não fosse o contexto político atual, teria sido apenas mais uma petição de um delegado ao Juízo, como ocorre em tantas outras investigações no Brasil inteiro", argumenta.
A coluna questionou se Paiva já tinha visto atitude semelhante por parte de algum delegado. "Junto ao STF, acredito que seja a primeira vez", reconheceu.
O presidente da ANDPF disse que não vê desconfiança quanto ao trabalho da delegada. "Dizem que o procurador-geral da República chegou a pedir a saída dela do inquérito, mas não tem isso nos autos".
Paiva acredita que a sociedade pode ficar tranquila sobre a isenção da PF em relação à política. "A vigilância da imprensa e da sociedade civil organizada faz parte dos vários controles existentes sobre a investigação e atuação dos policiais federais. Nesse aspecto, com os controles vigentes e a cultura institucional forte da PF, tenho a confiança de que o órgão demonstrará que continua merecendo admiração da população", diz.
Para reforçar esse compromisso, ele sugere uma iniciativa ao Poder Legislativo: "Seria bom criar mandato para o diretor-geral, escolha por lista e autonomia administrativa para que possa formar sua equipe sem necessidade de aprovação de áreas políticas do governo da vez".
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