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Chico Alves

Major Olimpio sobre novo emprego de Sergio Moro: "Deu tiro no próprio saco"

Major Olimpio (PSL-SP)  - 18.jan.2019 - Simon Plestenjak/UOL
Major Olimpio (PSL-SP) Imagem: 18.jan.2019 - Simon Plestenjak/UOL

Colunista do UOL

30/11/2020 15h41Atualizada em 30/11/2020 18h51

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Políticos de diferentes partidos que apoiam a Operação Lava Jato foram surpreendidos com a decisão do ex-juiz Sergio Moro de aceitar o convite para atuar como sócio-diretor da consultoria norte-americana Alvarez & Marsal. Trata-se da empresa que atua como administradora judicial do Grupo Odebrecht, empreiteira que em várias ações foi condenada por Moro com base nas acusações da força-tarefa do Ministério Público Federal do Paraná.

A reação mais enfática foi do senador Major Olimpio (PSL-SP) que por várias vezes fez discursos e publicações defendendo o ex-juiz em seus embates contra o PT e, posteriormente, contra o presidente Jair Bolsonaro. Ele reagiu sem meias palavras ao ser perguntado pela coluna se via conduta antiética ou inadequada do ex-magistrado em aceitar o cargo

"Não conheço os termos, mas acho que ele deu um tiro no próprio saco e não no pé", disse Olimpio. "As sequelas são piores."

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) também critica a decisão. "Hoje, o maior algoz da Lava Jato chama-se Sergio Moro", acredita.

Rodrigues tem várias críticas à condução das investigações pela força-tarefa do Ministério Público Federal e a decisões judiciais do caso, mas reconhece a importância de a Lava Jato ter desvendado grandes esquemas de corrupção.

"A contratação de Moro por essa empresa é um pouco mais grave do que simplesmente lamentável", argumenta o senador amapaense. "O doutor Sergio Moro entrou em rota descendente desde que aceitou ser ministro do governo Bolsonaro e essa é só mais uma contradição gravíssima com a trajetória que ele tinha construído".

Apoiador inflamado a ponto de ter oferecido a Moro a legenda do Podemos para que ele se candidate à Presidência da República em 2022, o senador paranaense Álvaro Dias preferiu conceder o benefício da dúvida.

"Não sei qual será o trabalho, se haverá alguma relação com o interesse da empresa referida", opinou. "Segundo soube, ele prestará serviço em outra área da empresa que não terá relação com o caso."