Topo

Chico Alves

REPORTAGEM

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Na contramão de Bolsonaro, Câmara pode aproximar Brasil de Biden

20 jan. 2021 - O Presidente Joe Biden durante cerimônia no Capitólio - Pool/Getty Images
20 jan. 2021 - O Presidente Joe Biden durante cerimônia no Capitólio Imagem: Pool/Getty Images

Colunista do UOL

12/04/2021 04h00

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

A Câmara dos Deputados pode ajudar o Brasil a ficar mais próximo de um grande parceiro internacional: os Estados Unidos. Com a questão ambiental colocada como prioridade, o presidente americano, Joe Biden, sinalizou ao Senado de seu país que pretende aderir à redução gradual de hidrofluorcarbonos (HFCs) para fazer cair a emissão de gases de efeito estufa. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), tem na gaveta uma resolução semelhante.

Os HFCs são usados principalmente em geladeiras e aparelhos de ar-condicionado. A eliminação desses gases é uma importante providência para combater o aquecimento global. A recomendação será adicionada ao texto do Protocolo de Montreal, tratado em que vários países se comprometem a substituir as substâncias responsáveis pela destruição do ozônio.

Esse adendo é a chamada "emenda de Kigali", que Biden quer ratificar.

O mesmo compromisso, que já passou por todas as comissões da Câmara brasileira, está há um ano e meio na gaveta da presidência da Casa sem ser enviado ao plenário. Arthur Lira tem agora a oportunidade de reduzir as arestas que Jair Bolsonaro fez questão de ressaltar com o governo de Joe Biden.

Se a emenda for ratificada pelo Brasil, a indústria nacional terá acesso a créditos da ONU da ordem de US$ 100 milhões, a fundo perdido, para atualização tecnológica. O país tem 28 milhões de aparelhos de ar-condicionado instalados e crescimento anual de 10%. É o quinto maior emissor de gases de efeito estufa do planeta.

Essa decisão do Legislativo é tido como importante gesto de aproximação dos Estados Unidos, especialmente nesse momento em que a política externa brasileira faz a transição do estilo histriônico de Ernesto Araújo para a diplomacia mais tradicional do chanceler Carlos Alberto França.