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De olho na eleição, Bolsonaro traiu o Verdão na Libertadores e se deu mal
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Não é raro que governantes queiram tirar casquinha quando seleções e times de futebol do Brasil participam de decisões internacionais. São comuns tentativas de colar a imagem de presidentes ao selecionado canarinho, como aconteceu com o ditador Emílio Garrastazu Médici na recepção aos tricampeões mundiais de 1970.
Conquistas na Libertadores e no Campeonato Mundial de Clubes também motivam políticos a tirar casquinha. Quem se lembra do governador fluminense Wilson Witzel ridiculamente ajoelhado no campo do estádio peruano aos pés de Gabigol - e solenemente desprezado -, após o título continental, conquistado pelo Flamengo em 2019?
Na decisão de hoje, o esperado era que o presidente Jair Bolsonaro, que torce pelo Palmeiras, estivesse na corrente a favor do Verdão. O cálculo político, no entanto, se sobrepôs ao esportivo. De olho na campanha pela reeleição, Bolsonaro traiu seu time do coração e declarou apoio ao clube de maior torcida do país, cuja diretoria é simpática a seu governo.
"Amanhã somos todos Flamengo", disse ontem o presidente na cerimônia de aniversário da Brigada de Infantaria Paraquedista.
Consta que a declaração irritou torcedores, diretores e jogadores palmeirenses.
Hoje, após o apito final, quando o Palmeiras conquistou o seu terceiro título da Libertadores da América, as redes sociais foram inundadas por memes em que Bolsonaro foi comparado a Mick Jagger, um reconhecido pé frio.
De quebra, revelou aos palmeirenses que não tem a menor fidelidade ao clube paulista.
Também no futebol, Bolsonaro troca de camisa como troca de partido.
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