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Tacla Duran acusa procurador da Lava Jato de receber propina de doleiros
Em depoimento feito ontem ao juiz Eduardo Appio, da 13ª Vara Federal de Curitiba, que trata dos processos originados na operação Lava Jato, o advogado Rodrigo Tacla Duran acusou o ex-procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima de receber propina para que doleiros não fossem processados pela força-tarefa.
Na participação por videoconferência feita da Espanha, onde mora, Tacla Duran disse que o doleiro chinês naturalizado brasileiro Wu Yu-Sheng pagou 500 mil dólares a advogados que integravam o esquema. Ele não foi processado em Curitiba.
"Essa proteção era praticada mediante a cobrança de uma taxa, para que o doutor Carlos Fernando se comprometesse à não-persecução penal (sic) desses doleiros que participavam da mesada, entre eles o Wu", explicou Tacla Duran na audiência. "Ele passou a ajudar a pagar esse valor todo mês, por muito tempo".
Carlos Fernando dos Santos Lima atuou por quatro anos na força-tarefa do Ministério Público Federal que protagonizou a operação Lava Jato e muitos dizem que ele seria um dos principais estrategistas do grupo, apesar de Deltan Dallagnol, hoje deputado, ter conseguido maior visibilidade.
A coluna tentou contato com o ex-procurador por meio de aplicativo de mensagens, mas não obteve resposta. Assim que houver retorno será publicado nesse espaço.
A informação e os dados fornecidos sobre as contas bancárias em que teria havido movimentação de propina foram encaminhados pelo juiz da 13ª Vara para a Superintendência da Polícia Federal do Paraná com objetivo de abertura de investigação.
Tacla Duran falou na condição de testemunha indicada pelo ex-vice-presidente do Equador Jorge Glas, que responde a processo por denúncia feita por Dallagnol.
O advogado, que em 2016 trabalhava para a empreiteira Odebrecht, disse ao juiz que, na época, executivos da empresa contavam que eram "forçados e humilhados a delatar" à força-tarefa da Lava Jato.
"Alguns não tinham o que delatar, na verdade, e eram forçados para não serem presos", conta Tacla Duran.
O depoente evitou relatar denúncias contra o ex-juiz da Lava Jato, Sergio Moro, e contra Dallagnol, já que as acusações aos dois feitas em seu depoimento anterior foram encaminhadas ao Supremo Tribunal Federal, já ambos atualmente são parlamentares e têm foro privilegiado.
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