Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Prisão aos maus policiais autores do crime hediondo que matou Genivaldo
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A Comissão de Defesa dos Direitos Humanos Dom Paulo Evaristo Arns expressa, em sua Nota Pública #44,a sua mais viva repugnância em relação ao brutal homicídio praticado, após tortura por asfixia com fumaça, contra detido já imobilizado, no município sergipano de Umbaúba, em 25 de maio passado. A atrocidade foi cometida diante dos olhos de todos, por policiais rodoviários federais indignos do distintivo que simboliza a confiança pública até então neles depositada.
A Comissão une-se em coro a todas as vozes da sociedade que exigem que a força do Direito se imponha sobre o abuso da força. Para além da perversa covardia, o emprego manifestamente desproporcional de violência criminosa contra pessoa incapaz de reagir contraria todas as normas e protocolos técnicos que legitimam a atuação policial. O crime demanda pronta apuração das responsabilidades individuais, segundo o devido processo legal, que foi negado ao preso em sua execução sumária, numa viatura oficial degenerada em câmara de gás ambulante. Acompanharemos todos os procedimentos para observar a fiel aplicação da lei, em mais um caso bárbaro de violência policial que choca o país.
Havendo comprovação inequívoca da prática do crime e fortes indícios de sua autoria, bem como risco para a ordem pública e a instrução processual, impõe-se a prisão cautelar dos torturadores, além de seu pronto afastamento do prestigioso cargo que não tinham e não têm mais nenhuma condição de exercer.
A resposta pífia da direção da Polícia Rodoviária Federal e do Ministério da Justiça aos excessos de duas ações policiais desastrosas, na mesma semana, aponta para a conivência da cadeia intermediária de comando que liga, numa ponta, apologista confesso da tortura, e, na outra, grupos descontrolados de assalto.
A postura irresponsável de seus atuais dirigentes compromete a credibilidade da instituição a quem a Constituição delegou a importante missão de policiar as estradas brasileiras. A indignidade desprestigia, injustamente, o trabalho sério dos policiais que cumprem honradamente o seu dever. Infelizmente, abusos inomináveis têm sido mais ostensivos, nos últimos dias, que o patrulhamento rodoviário.
José Carlos Dias
Presidente da Comissão Arns
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