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Constança Rezende

MP pede apuração a Toffoli sobre absolvição de ex de Frederick Wassef

Frederick Wassef e Maria Cristina Boner Leo em moto aquática - Reprodução
Frederick Wassef e Maria Cristina Boner Leo em moto aquática Imagem: Reprodução

Colunista do UOL, e Eduardo Militão, do UOL, em Brasília

26/06/2020 15h46Atualizada em 26/06/2020 16h29

O Ministério Público no TCU (Tribunal de Contas da União) pediu uma apuração ao ministro do STF Dias Toffoli, que preside o CNJ (Conselho Nacional de Justiça), sobre a decisão de anteontem da Justiça de absolver a ex-mulher e sócia de Frederick Wassef, advogado de família Bolsonaro em processo sobre improbidade administrativa.

O subprocurador Lucas Furtado quer que seja apurado se foi "mera coincidência ou casuísmo" a data do julgamento do TJDF (Tribunal de Justiça do Distrito Federal) que livrou Cristina da condenação de não poder mais contratar com o poder público.

A decisão foi tomada dois dias após Furtado ter pedido uma auditoria no TCU sobre os contratos da empresa Globalweb Outsourcing- fundada pela ex de Wassef e administrada por uma de suas filhas.

O objetivo do MP com a medida foi apurar eventual prática de tráfico de influência em contratos com o governo federal, depois que o UOL revelou que o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) pagou R$ 41,6 milhões entre janeiro de 2019 e junho deste ano à empresa.

O MP também encaminhou o ofício à corregedoria do Tribunal de Justiça do DF "para conhecimento e adoção das medidas cabíveis, no âmbito da competência daquele órgão, em relação a essa questão".

A ex-mulher de Wassef havia sido proibida de contratar com o Poder Público pelo período de três anos, mas a decisão foi reformada anteontem, pela 2ª Turma Cível do TJDFT.

O tribunal excluiu Cristina e a empresa B2Br da condenação por supostas irregularidades em processo de contratação da empresa de informática pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan).

O recurso foi apresentado por Cristina e pela empresa contra a decisão em primeira instância, de junho de 2019. Com a decisão, ambos podem voltar a contratar com o poder público.

Globalweb e Cristina negaram "qualquer tentativa de vinculação de seus resultados ou das contratações como fruto de influência política".

Wassef disse que os negócios da empresa não têm relação alguma com ele, acusou um ex-marido de Cristina de persegui-la e defendeu Jair Bolsonaro.