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O que será de São Paulo?
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"Só Deus sabe." "Incógnita total." "Estou preocupado." "Eu não o conheço." "A princípio parece que ele vai dar continuidade." "Ele se comprometeu a seguir o plano." "Não sei se continuo na prefeitura." "Não sei o que ele pensa." "Ele tem uma grande oportunidade nas mãos, se vai aproveitar, eu não sei."
Não é só o paulistano comum que não sabe o que pensa, quais são os planos e quem é o novo prefeito da cidade, Ricardo Nunes, do MDB. As frases acima foram ditas por sua própria equipe na prefeitura.
Oficialmente, o discurso é que o prefeito vai seguir a cartilha deixada por Bruno Covas, morto no domingo. O secretário de governo, Rubens Rizek, diz que está absolutamente tranquilo com a transição.
"Ricardo tem se portado de forma impecável. Tem sido humilde e sabido ouvir, respeitado a equipe técnica e sendo leal ao programa de governo de Covas", afirmou Rizek ao UOL News desta segunda.
Olhando para os mandatos de Ricardo Nunes na Câmara, encontramos um perfil conservador e de apoio à base religiosa. Quando vereador, ele defendeu a anistia aos templos religiosos e tentou barrar termos de gênero do Plano Nacional de Educação.
Investigações sobre benefícios num esquema de creches conveniadas e o boletim de ocorrência registrado e depois retirado pela sua esposa também trazem desconfiança e incertezas sobre quem é o novo prefeito.
A questão é que o político desconhecido pela maioria dos paulistanos e até mesmo pelos seus secretários ganhou a cidade num momento crucial do país, no qual o MDB busca força para ser a terceira via. E ter a maior cidade do Brasil como vitrine não pode ser desperdiçada. Essa é a grande oportunidade de vida de Ricardo Nunes. E a pressão para resultado é grande. Vem do governador João Doria, PSDB, um dos responsáveis pela sua escolha como vice, do MDB e da Câmara Municipal.
Entre seus conselheiros neste momento está o ex-presidente Michel Temer, do MDB, o ex-prefeito Gilberto Kassab, do PSD, o senador e ex-governador José Serra, do PSDB, e a ex-prefeita e secretária municipal de Relações Internacionais Marta Suplicy.
O professor de gestão pública da FGV Marco Antonio Teixeira diz que a gestão de Nunes é um grande ponto de interrogação. "Passado o luto, ele vai construir o governo dele. O problema é saber para onde. Será que na direção do presidente da Câmara, Milton Leite? A tentativa dele de tirar de si a pecha de conservador já é um bom indicador", conclui o cientista político.
No primeiro evento como prefeito da cidade, Ricardo Nunes fez questão de acalmar os ânimos e garantir que a sua gestão será pautada pela democracia e com uma postura de centro e de diálogo. Resta ao paulistano esperar para saber qual será o destino da cidade, mas é bom começar a torcer.
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