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Felipe Moura Brasil

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Caso Caixa mostra apreço de Bolsonaro por piores em cargos de poder

Colunista do UOL

30/06/2022 08h40

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Na Live UOL desta quarta-feira (29), falei sobre o pedido de demissão do presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, após denúncias de assédio sexual de funcionárias do banco contra ele.

A saída foi oficializada em uma carta entregue ao presidente Jair Bolsonaro (PL), na qual o executivo declara que combateu o assédio dentro do banco, nega todas as acusações e diz ter sido colocado em uma "situação cruel, injusta, desigual, que será corrigida na hora certa com a força da verdade".

Em suma: posa de vítima e aponta um futuro redentor, recorrendo aos expedientes tradicionais da velha política em casos comprometedores.

O escândalo envolvendo um dos executivos mais próximos do presidente confirma o apreço de Bolsonaro por pessoas de pouca qualidade humana para ocupar postos de poder, o que, por sua vez, confirma o atualíssimo capítulo "Por que os piores chegam ao poder", escrito pelo economista e filósofo austríaco Friedrich Hayek em seu livro "O caminho para a servidão", de 1944.

Como expus no artigo "Breve história do bolsolavismo", publicado em 29 de julho de 2020, Hayek mostrou que, "para encontrar" pessoas com "um alto grau de uniformidade e semelhança de pontos de vista", como querem chefes avessos a qualquer divergência ou brilho próprio, "teremos de descer às camadas em que os padrões morais e intelectuais são inferiores e prevalecem os instintos mais primitivos e 'comuns'".

Foi nessa camada que Bolsonaro encontrou aliados fiéis e bajuladores, como Guimarães.

O deslumbramento provinciano de figuras desqualificadas moral e intelectualmente para ocupar os cargos que ocupam aparece em diversas áreas do governo e de sua rede de propagandistas, e foi sua combinação com uma cafajestagem perversa que rendeu o escândalo de assédio na Caixa.

As denúncias incluem toques íntimos, abordagens inadequadas e convites incompatíveis com relações profissionais. Todas as mulheres trabalham ou trabalharam em equipes que atendiam diretamente o gabinete da presidência do banco público.

Assista à integra da Live UOL, na qual falamos também sobre a ameaça de Lula de estatizar a imprensa e sobre sua afirmação, ingrata, de que o Judiciário tem feito mais política que o Congresso Nacional.

Com Madeleine Lacsko, debato os principais assuntos do país diariamente, das 17h às 18h, com transmissão ao vivo nos perfis do UOL no YouTube, no Facebook e no Twitter.