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Felipe Moura Brasil

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

PEC é aprovada em nome dos pobres, mas cheia de mamatas para os ricos

Colunista do UOL*

08/12/2022 21h28

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*Por Redação UOL Notícias

Na Live UOL desta quinta-feira (8), o colunista do UOL Notícias Felipe Moura Brasil falou sobre a aprovação, pelo Senado, do texto-base da PEC da Transição.

A PEC eleva em R$ 145 bilhões o teto de gastos - regra que limita o crescimento das despesas do governo à variação da inflação - pelo período de dois anos. A proposta visa garantir recursos para programas sociais no Orçamento da União de 2023, como a continuidade do pagamento do Auxílio Brasil de R$ 600 e o aumento real do salário mínimo, a partir de janeiro.

"Houve nessa PEC uma acomodação geral de interesses para muito além da transferência de recursos a mais para a população de baixa renda, para os pobres. Você tem liberação de dinheiro para o governo de Jair Bolsonaro (PL) fechar as contas, liberação de dinheiro para as emendas parlamentares, ainda neste final de ano, e dinheiro também para um monte de ministérios, o que interessa aos aliados", comentou Moura Brasil.

Para o colunista, o toma lá da cá teve papel fundamental na aprovação do texto pelo Senado.

"PSD e União Brasil, por exemplo, votaram a favor da PEC. Quem é do PSD? O senador Alexandre Silveira (PSD-MG), que é o relator da PEC. E o que está sendo negociado com ele? O Ministério da Infraestrutura. Quem é do União Brasil? O senador Davi Alcolumbre (União-AP), presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), pela qual passou a PEC antes de ir ao Plenário. Com o seu partido está sendo negociada a liderança do governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no Senado. Então você teve o toma lá da cá ajudando muito", disse Moura Brasil, explicando também para onde vai a conta da aprovação da PEC da Transição.

"Depois que tudo isso foi aprovado, em nome dos pobres, mas cheio de mamatas a ser distribuídas para os ricos e para aqueles políticos interessados, quando chegar lá na frente, alguém vai ter de pagar essa conta. E, geralmente, quem paga a conta é o contribuinte, o pagador de impostos, que será obrigado a dar dinheiro para um Estado inchado, cheio de mamateiros que querem esses recursos para seus próprios interesses e não para o interesse público".

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