STF nega recurso de rapper e político do Suriname condenado por tráfico
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O ministro do STF André Mendonça negou pedido de revisão criminal do rapper e político surinamense Joël Timotheus Martinus, preso há quase um ano no Brasil.
Conhecido como The Mony Hond Bordo, ou simplesmente Bordo, ele tentava reverter decisão anterior da Primeira Turma da corte que, em dezembro, autorizou sua extradição para a França, onde ele foi condenado a oito anos de prisão por tráfico de drogas.
Bordo foi preso pela Polícia Federal em São Paulo, no dia 29 de maio do ano passado.
Ele alega que sofre perseguição política em seu país natal, onde foi acusado pelos de crimes de organização criminosa, homicídio e tráfico de drogas.
França e Suriname pediram a extradição de Bordo, mas somente o primeiro país prestou as informações necessárias para que o processo fosse adiante. O relator do processo de extradição foi o ministro Cristiano Zanin
A defesa de Bordo alegou que a condenação por tráfico de drogas ainda não transitou em julgado, que ele nunca esteve na França e que seu julgamento não observou o devido processo legal.
Os argumentos da defesa não foram suficientes para evitar a aprovação da extradição, nem revertê-la na revisão criminal.
Ostentação, poder e futebol
Em fotos em seu perfil no Instagram, Bordo aparece ostentando correntes aparentemente de ouro, carro de luxo e dinheiro.
Dono de um time de futebol, o SV Notch, ele tem carreira artística como rapper e foi um membro destacado Abop (Partido Geral de Libertação e Desenvolvimento), cujo o líder é Ronnie Brunswijk, ex-guerrilheiro que já tem uma condenação por tráfico na Holanda nos anos 1990.
Em 2020, publicou uma foto no Instagram ao lado do presidente Chan Santokhi.
No ano seguinte, Bordo fez um anúncio público dizendo que se afastaria da política surinamense.
"Não serei mais politicamente ativo nem sou membro da ABOP, mas continuarei a contribuir como cidadão sempre que necessário para ver o progresso para o Suriname e ajudar a resolver questões sociais", disse em suas redes sociais, pouco antes de ser preso no Brasil.
A extradição de Bordo para França deve ocorrer nos próximos meses.
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