"Democracias estão sendo pervertidas", alerta Wim Wenders
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O cineasta, dramaturgo e produtor de cinema alemão, Wim Wenders, diz que o documentário "Democracia em Vertigem" é um alerta a todo o mundo. Wenders participou na noite de quinta-feira da apresentação do filme de Petra Costa em Londres.
A produção da Netflix tem sido indicada para diversos prêmios internacionais, listada como uma das melhores produções do ano pelo New York Times e cotada ainda para o Oscar. Nas últimas semanas, a brasileira esteve em eventos em Los Angeles, Nova Iorque, Washington, San Francisco e Buenos Aires.
Em seu documentário, Petra Costa retrata o momento do impeachment de Dilma Rousseff e o racha na sociedade brasileira.
"Isso se refere a vocês", disse o Wim Wenders, diante da plateia em Londres. "Não é apenas sobre o Brasil. Ele trata de nós. De coisas que estão ocorrendo neste momento no planeta. Nos EUA e na Europa. No berço das democracias. Ele trata do fato de que as democracias estão sendo pervertidas e desviadas", alertou.
Wenders explicou que decidiu apresentar o filme de Petra Costa "por meus amigos brasileiros e pelo Brasil". "Esse é um país que amo, muito muito", disse.
O alemão contou que, em sua infância, ele estava fascinado com a história da construção da capital, Brasília. "Meu quarto inteiro estava repleto de fotos, mapas. Eu achava que aquilo era a maior aventura da humanidade. O Brasil, portanto, sempre esteve na minha mente e, quando eu me tornei cineasta, Glauber Rocha foi uma inspiração", disse, citando ainda Nelson Pereira dos Santos e Hector Babenco.
"E na linha desses grandes cineastas, agora temos Petra Costa", afirmou. Segundo ele, o filme da brasileira "Elena" o impactou pela voz e narração cuja força se repete em Democracia em Vertigem.
Para Wenders, essa nova produção "é uma das coisas mais poderosas que vi ultimamente".
(Com a colaboração de Patrícia Gomes, em Londres)
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