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Jamil Chade

Máscaras devem ser usadas onde há transmissão intensa, como Brasil

Máscaras foram colocadas no Monumento às Bandeiras, no Ibirapuera, em São Paulo - FÁBIO VIEIRA/FOTORUA/ESTADÃO CONTEÚDO
Máscaras foram colocadas no Monumento às Bandeiras, no Ibirapuera, em São Paulo Imagem: FÁBIO VIEIRA/FOTORUA/ESTADÃO CONTEÚDO

Colunista do UOL

05/06/2020 13h13

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Tedros Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, anunciou nesta sexta-feira novas orientações sobre o uso de máscaras contra a covid-19. De acordo com recentes evidências e consultas, a entidade recomenda que as pessoas em locais com transmissão intensa, como o Brasil, usem máscaras não-médicas, seja de pano ou fabricadas em casa.

A OMS, porém, aponta que tal máscara deveria ter três camadas e deve ser usada onde o distanciamento social não é possível, como em lojas e transporte público.

Nos primeiros meses da pandemia, a agência apontava que as máscaras deveriam ser usadas apenas por profissionais de saúde.

Segundo a especialista da OMS, April Baller, tal recomendação deve ser reforçada principalmente em locais onde é difícil manter distância social. Não há, nesse caso, a necessidade do uso de uma máscara médica. A entidade promete publicar até mesmo um manual sobre como fabricar de forma caseira a cobertura facial, inclusive com tecidos.

O apelo da agência é para que governos encorajem a população geral a seguir essas recomendações.

De acordo com Michael Ryan, diretor de operações da entidade, o uso da máscara neste contexto é, acima de tudo, um "ato altruísta". "Não é tanto para se proteger, mas para proteger os outros", disse. A recomendação vem em um momento em que existe uma preocupação crescente diante da transmissão de casos entre pessoas sem sintomas.

A sugestão da OMS é para que o produto conte com três camadas e aponta que poderão ser feitos até mesmo em casa.

Acima de 60 anos

A nova recomendação também estipula que, em áreas de intensa transmissão, como é o caso do Brasil, recomenda-se que todas as pessoas acima de 60 anos usem máscaras. Aqueles com condições frágeis de saúde também devem seguir a orientação, em locais onde o distanciamento social não é possível.

Mas Tedros alerta: "máscaras só devem ser usadas como parte de ampla estratégia". "Sozinhas, não vão te proteger. Isso não mudou", afirmou. "Usar a máscaras não é um substituto para higiene", insistiu. Segundo ele, a melhor defesa de um país é ampliar testes e rastrear onde estão os casos.

O diretor ainda alerta sobre o impacto da máscara e aponta para os riscos de contaminação ao coloca-la ou retira-la. "Elas podem dar um falso sentimento de segurança", disse Tedros. "Não se pode negligenciar nem o distanciamento social e nem lavar as mãos", completou.

Entre as recomendações, a OMS mantém o pedido para que aqueles com sintomas fiquem em casa e consultem médicos.

Se confirmada a contaminação, a pessoa deve ser isolada e seus contatos devem ser colocados em quarentena. Se tiverem de sair, tais pessoas devem usar máscara médica.

Outra sugestão da OMS é para que pessoas que estejam cuidando de outras, inclusive em casa, usem sempre a máscara ao estar no mesmo recinto.

Profissionais de Saúde

Quanto à situação para os profissionais de saúde, a OMS mantém suas recomendações para que usem máscaras médicas sempre que estiverem com um paciente suspeito de ter a doença.

Mas, agora, também se recomenda que médicos usem máscaras mesmo em locais de hospitais que, oficialmente, não contem com doentes infectados pela covid-19.

Em áreas com intensa transmissão, esses profissionais devem também usar em todas as situações.