OMS admite possível transmissão do vírus pelo ar e pede novos estudos
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Depois de ser pressionada por cientistas, a OMS publicou nesta quinta-feira um novo guia sobre a covid-19 em que admite que a transmissão pelo ar poderia ocorrer. Mas ainda insistiu que novos estudos são necessários para determinar com qual frequência isso de fato é registrado e se tais evidências de estudos conduzidos até agora seriam suficientes para estabelecer uma reviravolta científica na questão da transmissão.
De acordo com os documentos da entidade, o vírus poderia adotar tal caminho durante procedimentos médicos que geram aerossol. Mas alerta que está estudando com a comunidade científica a possibilidade de que isso também ocorra em outros locais sem ventilação adequada, como restaurantes, ensaios de coral e academias de ginástica, além de locais com aglomerações e espaços fechados com lotações importantes.
Se confirmada, a nova forma de transmissão significaria que todo o modelo de distanciamento social teria de ser repensado, assim como a abertura ou não de estabelecimentos comerciais e restaurantes.
Hoje, a agência sugere um distanciamento mínimo de um metro entre pessoas, suficiente para se proteger de gotículas maiores que poderiam transmitir o vírus.
Também está provado que a transmissão ocorre pelo contato, saliva, secreções ou ao tocar em superfícies que estiverem contaminadas.
Pelas diretrizes da OMS, não há ainda como dizer com 100% de garantia que o vírus se espalha pelo ar.
Os novos documentos foram apresentados oficialmente pela OMS hoje aos governos, numa reunião fechada. A novidade ocorreu depois que, no início da semana, dezenas de cientistas enviaram uma carta à agência pedindo que tal transmissão pelo ar fosse reconhecida pela OMS. E que a agência atualizasse suas recomendações.
Na OMS, o sentimento é de que não existe qualquer sinal por enquanto de um controle do vírus e Tedros Ghebreyesus, seu diretor, lembrou hoje como até países ricos enfrentam problemas. "Na maior parte do mundo, o vírus não esta sob controle. Ele está piorando", disse.
Segundo o diretor, são mais de 544 mil mortes até agora. "A pandemia ainda está se acelerando. O número dobrou em seis semanas", alertou.
De acordo com ele, a crise está desfazendo ganhos sociais de décadas, centenas de crianças estão perdendo a vacinação de outras doenças e estoques de remédios estão acabando para lidar com o HIV.
Uma parte do mundo pode ser jogada pelo abismo, disse. "As pessoas estão com fome. Podemos ver a pobreza visivelmente", insistiu. No total, o risco é de que o mundo conte com 270 milhões de novos famintos em 2020.
"Essa é uma crise sem precedentes", afirmou. "Não há resposta fácil e nem solução rápida. Mas alguns controlaram. precisamos aprender deles. A melhor defesa é sistema saúde forte", completou.
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