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Jamil Chade

Depois da Bolívia, OEA observa eleição nos EUA; mas mantém silêncio

24.jan.2019 - Mike Pompeo (ao centro), secretário de Estado dos Estados Unidos, em reunião com o Conselho Permanente da OEA (Organização dos Estados Americanos) sobre a situação na Venezuela - Mark Wilson/Getty Images/AFP
24.jan.2019 - Mike Pompeo (ao centro), secretário de Estado dos Estados Unidos, em reunião com o Conselho Permanente da OEA (Organização dos Estados Americanos) sobre a situação na Venezuela Imagem: Mark Wilson/Getty Images/AFP

Colunista do UOL

06/11/2020 11h28

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A Organização dos Estados Americanos (OEA) está acompanhando a eleição nos Estados Unidos, com uma missão de observadores distribuídos pelo país. Mas, depois de uma participação polêmica na Bolívia, a entidade até agora não se pronunciou sobre o que viu. A OEA também mantém um silêncio profundo sobre os ataques de Donald Trump contra o sistema eleitoral americano e seus alertas de que não aceitaria o resultado de uma derrota.

No dia 30 de outubro, a entidade emitiu um comunicado explicado que a missão seria liderado pelo próprio Secretário-Geral da OEA Luis Almagro, algo raro. A equipe é composta por 28 especialistas e observadores de 13 nacionalidades.

O time foi distribuído por Iowa, Michigan, Geórgia, Maryland e o Distrito de Columbia. "Os observadores monitorarão questões relacionadas à organização e tecnologia eleitorais, participação política das mulheres, justiça eleitoral, financiamento político-eleitoral, votação postal, mídia e liberdade de expressão, e registro de eleitores", indicou a OEA.

Na região, a entidade passou a ser acusada nos últimos anos de ter se aliado de forma profunda ao governo de Donald Trump e de defender a agenda da Casa Branca na região. A OEA também se envolveu numa polêmica ao derrubar do cargo de secretário-geral da Comissão Interamericana de Direitos Humanos o brasileiro Paulo Abrão. A entidade ainda acolheu Arthur Weintraub, aliado de Jair Bolsonaro, para dirigir um de seus departamentos.

Nos últimos dias, a missão se reuniu com autoridades eleitorais, funcionários do governo, representantes dos partidos Republicano e Democrata e outros atores relevantes, para analisar de forma abrangente os aspectos técnicos do processo.

Houve também visitas a vários centros de votação com o objetivo de observar o voto que, de forma antecipada, os cidadãos americanos exerceram.

Essa é a segunda vez que a OEA observa um processo eleitoral nos Estados Unidos, após as eleições gerais de 2016.

Mas quatro dias depois do momento da votação, a entidade mantém um silêncio. A missão indicou que, uma vez terminada a eleição, um informe preliminar será apresentado.

Ao contrário da OEA, a outra missão internacional liderada pela OSCE já emitiu seu informe e criticou abertamente o comportamento de Trump.