Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.
OMS e cientistas enterram cloroquina, e Bolsonaro busca novo "milagre"
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Resumo da notícia
- Em resposta à coluna, pesquisador de Israel insiste que spray nasal precisa de novos testes antes de ter eficácia e segurança comprovadas
- Governo envia missão para Tel Aviv na próxima semana
Depois de seis testes clínicos, com mais de seis mil pessoas e meses de estudos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) chegou à constatação nesta semana de que a hidroxicloroquina não funciona e que instituições e governos deveriam suspender qualquer orçamento para o produto e redirecionar suas atenções a novas apostas.
E assim parece ter feito o Brasil do presidente Jair Bolsonaro. A nova aposta é o envio de uma equipe de dez integrantes do governo, incluindo o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, para Israel no próximo sábado para conhecer o spray nasal EXO-CD24, testado contra a covid-19. Um acordo deve ser anunciado para permitir que o produto passe por pesquisas no Brasil, depois de um sinal verde da Anvisa.
Em respostas à coluna, na semana passada, o responsável israelense pelo desenvolvimento do novo produto deixou claro: o medicamento não está pronto para uso e precisa de novos testes. Quem fez a declaração é Nadir Arber, do Hospital Ichilov de Israel.
Nas redes sociais, Bolsonaro diz que o spray nasal teve uma "eficácia próxima de 100% (29/30), em casos graves, contra a Covid".
De fato, os pesquisadores responsáveis pelo produto depositam confiança na aposta. Mas são cautelosos em declarar qualquer resultado definitivo. Arber deixou claro que a inovação está apenas em seus primeiros dias de testes. "Não se pode dizer que o tratamento é efetivo com base em apenas em 35 pacientes", disse.
Por enquanto, o spray completou apenas na Fase 1 de testes e o produto foi aplicado em 35 pessoas. "Para ser eficiente, ele precisa ser comparado com placebo", insistiu Arber. Para o próprio inventor, o produto precisa ser confirmado por testes clínicos, em Fase 2 e Fase 3.
Ainda assim, o que o pesquisador declarou foi que os resultados iniciais trouxeram esperança de que o produto seja uma opção real. Dos pacientes que receberam o tratamento, todos tinham desenvolvido a covid-19 em condições severas. O resultado foi uma "melhoria substancial" em praticamente todos eles, assim como melhoria da taxa respiratória e outros indicadores.
Questionado pela coluna sobre a relação com o Brasil e a proposta de aprovação de uso emergencial, Arber destacou a conversa entre Netanyahu e Bolsonaro. Segundo ele, uma eventual aprovação pode ser facilitada com o envolvimento de governos. "Se tivermos isso, podemos fornecer ao mundo em questão de alguns meses", disse. "Mas ao mesmo tempo precisamos ser extremamente conservadores para garantir que a segurança seja central", alertou.
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