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Brasil não tem data para receber vacina de aliança global
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Não há ainda uma data confirmada para o Brasil receber as doses da vacina da Covax, a aliança mundial criada pela OMS para garantir a distribuição de doses aos países em desenvolvimento.
Numa carta ao governo, o consórcio explicou na semana passada que o país receberia 2,99 milhões de doses em março, além de outras 6,1 milhões em abril e maio. Todas elas viriam da AstraZeneca e a coluna apurou também que o Brasil estava numa lista dos nove primeiros países do continente americano que receberiam a vacina.
Mas os carregamentos ainda aguardam uma definição para que possam ocorrer e para que uma data seja estabelecida. As ordens de compras já foram realizadas e, de acordo com fontes na Covax, as entregas poderiam ocorrer "nos próximos dias". Um dos problemas seria a dificuldade de planejamento de logística por parte da empresa, pouco acostumada a uma vacinação global. Outros negociadores, porém, são mais cautelosos e apontam que, neste momento, não existe ainda como saber quando as doses desembarcariam no país, também por conta de processos burocráticos.
Do lado brasileiro, o governo garante que cumpriu todos os requisitos. "O Ministério da Saúde informa que todos os requisitos para a aquisição de vacinas contra a Covid-19 pelo consórcio Covax Facility foram cumpridos", disse a pasta liderada por Eduardo Pazzuelo. "Vale reforçar que, até o momento, a pasta não foi comunicada sobre falta de documentação pela OMS/OPAS", indicou.
"A primeira remessa está prevista para chegar ao Brasil por meio do Fundo Rotatório da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e corresponde ao imunizante da AstraZeneca/Oxford, fabricado na Coreia do Sul. O cronograma prevê 2,9 milhões de doses em março e outras 6,1 milhões até maio. O Ministério da Saúde contratou 42,5 milhões de doses por meio da Covax Facility", diz o governo.
50 países poderão ser atendidos até final da semana
Nos primeiros dez dias da entrada em vigor do mecanismo de distribuição, 19 países pelo mundo receberam cerca de 12 milhões de doses. No fim de semana, outros dez países também receberam e, segundo o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, até o final da semana um total de 50 países terão recebido as doses.
Questionado pela coluna, porta-vozes da Covax explicaram que, "para que as doses sejam entregues aos participantes através desta primeira rodada de alocação, várias peças críticas devem estar em vigor".
Isso, de acordo com o mecanismo, inclui "a confirmação dos critérios nacionais de autorização regulatória relacionados às vacinas entregues, acordos de indenização (para todos os participantes com os respectivos fabricantes), planos nacionais de vacinação dos participantes, assim como outros fatores logísticos, tais como licenças de exportação e importação".
"Estamos em estreito contato com cada uma das economias participantes da Covax em relação ao lançamento das vacinas. À medida que cada economia finaliza os preparativos de prontidão, a Covax emite ordens de compra para os fabricantes e entrega as doses", explicou. "Isso significa que, a partir da semana passada, as entregas para esta primeira rodada de distribuição estão ocorrendo diariamente, em base rolante e em parcelas", indicam.
"A primeira rodada de alocações foi comunicada aos governos relevantes que estão trabalhando em estreita colaboração com parceiros da COVAX e fabricantes de vacinas nas datas específicas de entregas", completou o mecanismo.
Adesão tardia e por montante mínimo
Apesar de o mecanismo ter sido lançado em abril de 2020, o governo apenas ratificou o projeto de lei que confirma a adesão do Brasil ao mecanismo na semana passada.
Há quase um ano, quando a iniciativa foi anunciada, o governo brasileiro sequer fez parte do evento em Genebra. Naquele momento, o Ministério da Saúde explicou que tinha "outras parcerias" em vista, sem explicar quais eram.
Semanas depois, o governo optou por entrar no mecanismo. Mas, depois de meses de debates, sinalizou que a adesão ocorreria com um pedido mínimo de doses.
Pelo acordo da Covax, países teriam de encomendar um volume do imunizante equivalente a pelo menos 10% de sua população. O valor poderia chegar a 40%. Mas o Brasil optou por comprar apenas os 10%, cerca de 42 milhões de doses.
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