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Emergentes pedem garantia de mais dinheiro e G20 vive impasse sobre clima
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Em plena madrugada, negociadores dos países que fazem parte do G20 (que reúne as maiores economias do planeta) não escondiam o cansaço. Depois de dias mergulhados num processo para chegar a um acordo sobre questões climáticas, diplomatas admitiam à coluna: "não sabemos nem quando e nem como vamos chegar a um texto final".
A cúpula do G20 ocorre a partir de amanhã, em Roma, com a presença de chefes de estado e de governo, incluindo o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Às vésperas da COP26, a 26ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, o encontro na capital italiana serve como termômetro para o processo negociador.
Mas um texto de consenso entre as 20 maiores economias do mundo está ainda longe de um entendimento. "Temos pontos em aberto em praticamente todos os temas ainda", admitiu um negociador latino-americano.
No comunicado final dos líderes do G20 que será publicado no domingo, haverá um compromisso de governos para tomar medidas "imediatas" que limitam o aquecimento global a 1,5ºC. O texto ainda admite o "desafio existencial" gerado pelas mudanças climáticas.
Mas o impasse é ainda profundo em vários dos parágrafos. Num deles, a referência à neutralidade de emissões em 2050 ainda é incerta. Não existe um acordo sobre a data da meta e algumas das maiores economias insistem que apenas podem se comprometer com medidas a partir de 2060. Outra data ainda sob negociação é a de reduzir as emissões de metano até 2030.
Mas o maior impasse é na questão do financiamento dos países ricos para garantir a transição ambiental às economias mais pobres. Ainda sob negociação está o apelo de emergentes por "financiamento adicional".
Hoje, o compromisso dos governos ricos é por destinar US$ 100 bilhões por ano a partir de 2025. Mas, para emergentes como o Brasil, não existem nem garantias de que esses recursos serão disponibilizados nem que eles serão suficientes para lidar com as mudanças climáticas.
Tanto no G20 como na cúpula do clima, a delegação brasileira insiste que esse será o ponto central de um acordo. O Itamaraty já deixou claro que, sem um entendimento para assegurar esse financiamento, não haverá como convencer os emergentes a se comprometer com metas ambientais.
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