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Novo rascunho de acordo da COP26 suaviza obrigações climáticas para países
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Depois de uma noite de negociações, um novo rascunho do acordo de Glasgow é publicado na manhã desta sexta-feira, último dia da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas. No novo texto, a referência à necessidade de gradualmente acabar com energias fósseis foi mantida. Mas a linguagem foi suavizada, principalmente no que se refere à condenação pelo uso de subsídios trilionários para o setor.
A COP26 entra em seu último dia, sob forte tensão. No primeiro rascunho do acordo, publicado na quarta-feira, o texto entrou para a história como o primeiro a mencionar o fim da era de energia fóssil. Mas uma forte reação da Arábia Saudita, Rússia e outros países exportadores de petróleo e gás obrigou negociadores a tentar buscar um acordo.
Antonio Guterres, secretário-geral da ONU, alertou que sem a referência às energias fósseis no texto, todas as demais promessas seriam vagas. Agora, a partir do novo texto, delegações tentarão chegar a um consenso, nas poucas horas que restam.
Emissões de CO2
Num outro trecho, o novo texto também suaviza a pressão sobre governos. Ao se referir à necessidade de que países façam novos compromissos de redução de emissões de CO2 em 2030, o rascunho do acordo abandona termos mais enfáticos e apenas "pede" que estados apresentem em 2022 novas ambições sobre cortes até 2030.
Para ambientalistas, a exigência de uma atualização dos compromissos dos governos é fundamental se a comunidade internacional quiser de fato limitar o aquecimento a 1,5 grau Celsius. Sem isso, o temor é de que a elevação atinja 2,4 graus Celsius, o que seria considerado como uma "catástrofe".
Financiamento
No capítulo sobre o financiamento aos países emergentes e pobres, o novo texto ignora a proposta do Brasil de criar um comitê para estudar quais devem ser os novos valores que países ricos devem repassar ao resto do mundo. O dinheiro havia sido parte do Acordo de Paris, em 2015, estipulando a entrega de US$ 100 bilhões por ano aos mais pobres para ajudar na adaptação.
Mas os grandes países emergentes alertavam que não apenas o dinheiro não chegou, mas há uma convicção de que o valor já não seja suficiente.
Na proposta de acordo, a criação do comitê não foi incluída. Mas o texto aponta para a necessidade de ampliar o financiamento para "bem além de US$ 100 bilhões" e "lamenta profundamente" que o dinheiro prometido jamais foi entregue.
O governo brasileiro já indicou que irá ainda pressionar para que a questão financeira seja incrementada. Mas diplomatas admitem que o objetivo é um acordo geral. Em outras palavras: há espaço para encontrar um consenso que não seja tão ambicioso como se imaginava.
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