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Jamil Chade

REPORTAGEM

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Sem Bolsonaro, Davos debate desafios do mundo em 2022

23.jan.2019 - O presidente Jair Bolsonaro durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça - Alan Santos/PR
23.jan.2019 - O presidente Jair Bolsonaro durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça Imagem: Alan Santos/PR

Colunista do UOL

17/01/2022 04h00

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Uma vez mais incapaz de organizar sua reunião anual na estação de esqui de Davos, na Suíça, o Fórum Econômico Mundial realiza nesta semana um debate virtual sobre o estado do planeta e seus desafios para 2022. Apesar de uma participação importante da América do Sul, o evento não contará com o presidente Jair Bolsonaro. O representante brasileiro será o ministro da Economia, Paulo Guedes.

Davos esperava que, neste ano, o evento poderia voltar a ocorrer de forma presencial. Mas a proliferação da ômicron obrigou os organizadores a adiar o evento para algum momento em meados de 2022. Enquanto isso, líderes mundiais aceitaram participar, a partir de hoje, de uma série de encontros virtuais. O evento contará com chefes de estado e de governo, CEOs e outros líderes. "Eles discutirão os desafios críticos que o mundo enfrenta hoje e apresentarão suas ideias sobre como enfrentá-los", explica Davos.

"O evento também marcará o lançamento de várias iniciativas do Fórum, incluindo esforços para acelerar a redução de emissões de gases, garantir a oportunidade econômica de soluções positivas para a natureza, criar resiliência cibernética, fortalecer cadeias de valor globais, construir economias em mercados frágeis através de investimentos humanitários, preencher a lacuna de fabricação de vacinas e usar soluções de dados para se preparar para a próxima pandemia", diz.

"Todos esperam que em 2022 a pandemia da COVID-19, e as crises que a acompanharam, finalmente comecem a diminuir", disse Klaus Schwab, Fundador e Presidente Executivo do Fórum Econômico Mundial. "Mas grandes desafios globais nos esperam, desde a mudança climática até a reconstrução da confiança e coesão social. Para enfrentá-los, os líderes precisarão adotar novos modelos, olhar a longo prazo, renovar a cooperação e agir de forma sistêmica".

Depois de uma participação desastrosa em 2019, com um discurso de menos de sete minutos, Bolsonaro já tinha indicado que não iria ao evento presencial de 2022. Sua ausência também foi confirmada nas reuniões virtuais desta semana.

Paulo Guedes participará na sexta-feira de um debate com outros líderes sobre as perspectivas para 2022. Na ONU, um recente levantamento concluiu que o Brasil terá a pior taxa de crescimento entre as grandes economias do mundo e, entre mais de 170 países, apenas outros dois terão um desempenho pior: Mianmar e Guiné Equatorial.

No Fórum, a participação latino-americana ganhará espaço. Estarão presentes os presidentes do Peru, Guatemala, Costa Rica, Equador e Colômbia, inclusive para debater a situação ambiental.

Entre os países dos Brics, fará parte do evento Narendra Modi, primeiro-ministro da Índia. Também estão confirmados Kishida Fumio (Japão), António Guterres (secretário-geral das Nações Unidas), Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, o primeiro-ministro da Austrália, Scott Morrison, e líderes da Indonésia, Ruanda, Israel e Nigéria, além de Janet Yellen, secretária do Tesouro dos Estados Unidos, e de John Kerry, enviado especial de Joe Biden para o Clima.

Durante o debate virtual, porém, um dos principais destaques é a abertura que será feita nesta segunda-feira por Xi Jinping, presidente da China. Olaf Scholz, o novo chanceler da Alemanha, também terá seu palco para apresentar os projetos para a Era Pós-Merkel.

No programa ainda está Al Gore, ex-vice-presidente dos Estados Unidos e que protagonizou em 2019 cenas insólitas com Bolsonaro, ao cobrar o brasileiro pelo desmatamento da Amazônia.
Para a agenda deste ano, Davos é claro: "o fracasso da ação climática, o clima extremo e a perda da biodiversidade estão entre os três riscos mais graves para o mundo na próxima década".