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Jamil Chade

REPORTAGEM

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OMS: Brasil vive tendência "preocupante" com varíola do macaco

O presidente Jair Bolsonaro e o ministro Marcelo Queiroga durante cerimônia de contratação do programa Médicos pelo Brasil - FÁTIMA MEIRA/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
O presidente Jair Bolsonaro e o ministro Marcelo Queiroga durante cerimônia de contratação do programa Médicos pelo Brasil Imagem: FÁTIMA MEIRA/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Colunista do UOL

17/08/2022 10h54

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O Brasil já é o quinto colocado entre os países que registram casos de contaminação da varíola do macaco e a tendência preocupa a OMS (Organização Mundial da Saúde). Em uma coletiva de imprensa nesta quarta-feira, em Genebra, a agência fez um apelo para que o governo tome medidas para informar a população sobre os riscos.

Rosamund Lewis, representante da OMS para o tema, confirmou que o Brasil é um dos locais que chama a atenção pela expansão no número de infectados. Segundo ela, existem 35 mil casos confirmados em 92 países pelo mundo.

"É importante que haja uma resposta forte, com informação, ação e evidência", disse. A OMS declarou a varíola do macaco como uma emergência internacional. Mas, internamente, a agência está preocupada com o fato de que muitos governos optaram por não destinar medidas suficientes para lidar com a nova crise sanitária.

A liderança é dos EUA, com 11,1 mil casos confirmados, contra 5,7 mil na Espanha, 3,1 mil na Alemanha, 3 mil no Reino Unido e 2893 no Brasil.

"Vários países mostram tendências preocupantes e o Brasil é um deles", disse a representante da OMS. "O número de casos continua a subir e é importante que todas medidas sejam implementadas e que indivíduos sejam informados de que precisam se proteger", explicou.

Acenando para o fato de que os escritórios regionais e nacionais da OMS estão dispostos a ajudar, a representante indicou que é "importante que o Brasil tenha uma resposta forte em termos de informação".

"Pessoas que estão sob risco no Brasil, assim como em outras partes, necessitam a informação de que eles precisam se proteger, ao saber em quais ativistas os colocam em risco", disse.

Ela ainda recomendou que o governo se engaje com comunidades e grupos afetados e coletar evidência. "Isso é o que crítico neste momento para o Brasil enquanto as contramedidas estão sendo trabalhadas", completou.

Mike Ryan, diretor de operações da OMS, fez um apelo para que "todos os governos" levem à sério a crise sanitária.

No dia 4 de agosto, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse à CNN Brasil que, por enquanto, não iria declarar emergência de saúde pública. No dia 15 de agosto, o chefe da pasta repetiu a mesma posição.

Segundo ele, para declarar uma emergência em saúde pública, critérios precisam ser preenchidos. "EUA e Austrália foram os únicos que reconheceram. Até agora não recebi solicitação técnica da área para que considerasse ou não a edição de uma portaria. Agora eu pergunto: vamos supor que eu reconhecesse hoje, o que ia mudar?", questionou Queiroga.

Na semana passada, porém, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde pediu que o governo declarasse a emergência no país.