Trump dará asilo para brancos sul-africanos vítimas de 'discriminação'

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O presidente Donald Trump anunciou que vai dar refúgio para sul-africanos brancos que sejam alvo de "políticas de discriminação" por parte do governo da África do Sul. A medida faz parte de uma ordem executiva assinada na noite desta sexta-feira e que anuncia sanções contra o país africano.
O centro da polêmica é a política de reforma agrária e distribuição de terras da África do Sul. Apesar de o país ter abandonado o Apartheid há 30 anos, a concentração de riqueza continua nas mãos da minoria branca. Num esforço para corrigir a situação, o governo local vem adotando uma postura para garantir maior distribuição de terras.
Trump, que tem como seu maior aliado o sul-africano Elon Musk, decidiu que essa opção não será aceita pelos EUA. No decreto, ele anuncia a suspensão de todo o tipo de ajuda financeira ou programas sociais no país sul-africano.
Mas a decisão vai além: o governo americano, que havia prometido fechar suas fronteiras para estrangeiros, agora anuncia que receberá todo o "refugiado" sul-africano vítima das políticas do governo de maioria negra. Em outras palavras, a minoria branca.
Diz o decreto:
O Secretário de Estado e o Secretário de Segurança Interna tomarão as medidas apropriadas, de acordo com a lei, para priorizar a ajuda humanitária, incluindo a admissão e o reassentamento por meio do Programa de Admissão de Refugiados dos Estados Unidos, para os afrikaners na África do Sul que são vítimas de injustiças e violência.
Isso também vale para quem é "vítima de discriminação racial".
Ao explicar sua decisão, Trump indicou que a África do Sul "promulgou recentemente a Lei de Expropriação 13 de 2024 (Lei), que permite ao governo confiscar propriedades agrícolas de minorias étnicas afrikaners sem indenização".
"Essa lei segue inúmeras políticas governamentais destinadas a desmantelar a igualdade de oportunidades no emprego, na educação e nos negócios, além de retórica odiosa e ações governamentais que alimentam a violência desproporcional contra proprietários de terras racialmente desfavorecido", disse.
"Enquanto a África do Sul continuar a apoiar maus atores no cenário mundial e permitir ataques violentos a agricultores inocentes de minorias desfavorecidas, os Estados Unidos interromperão a ajuda e a assistência ao país", disse a Casa Branca em um resumo da ordem. Para ela, a lei "discrimina flagrantemente as minorias étnicas afrikaners".
Palestina
No decreto, porém, Trump sinaliza uma punição contra os sul-africanos por conta de seu posicionamento contra os ataques em Gaza, por Israel. Foi a África do Sul quem liderou a denúncia aos tribunais internacionais.
"Além disso, a África do Sul assumiu posições agressivas em relação aos Estados Unidos e seus aliados, inclusive acusando Israel, e não o Hamas, de genocídio no Tribunal Internacional de Justiça, e revigorando suas relações com o Irã para desenvolver acordos comerciais, militares e nucleares", alertou Trump.
"Os Estados Unidos não podem apoiar as violações de direitos cometidas pelo governo da África do Sul em seu país ou sua minar a política externa dos Estados Unidos, o que representa uma ameaça à segurança nacional de nossa nação, nossos aliados, nossos parceiros africanos e nossos interesses", disse.
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