'Se aguentamos Greta, vocês podem aguentar Musk', diz Vance aos europeus
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Em discurso realizado nesta sexta-feira (14) em Munique para a elite política da Europa, o vice-presidente dos EUA, JD Vance, cobrou que o mundo respeite as opções políticas dos eleitores americanos e defendeu que não sejam colocadas barreiras contra a extrema direita.
"Se a democracia americana pôde sobreviver a 10 anos de repreensão de Greta Thunberg, vocês podem sobreviver a alguns meses de Elon Musk", disse.
"Mas ao que a democracia alemã, ao que nenhuma democracia, americana, alemã ou europeia, sobreviverá, é dizer a milhões de eleitores que seus pensamentos e preocupações, suas aspirações, seus pedidos de alívio, são inválidos ou indignos de serem considerados", insistiu.
A comparação causou consternação entre diplomatas e lideranças estrangeiras. Musk vem usando sua rede social para atacar governos europeus, disseminando ódio, chancelando a desinformação como arma política e promovendo grupos de extrema direita, inclusive na Alemanha.
Vance disse, porém, que "a liberdade de expressão está em retrocesso" na Europa e usou seu discurso na Conferência de Segurança de Munique para condenar a suposta censura na região.
O discurso ocorreu um dia depois que, em visita a um colégio mantido pelo Pentágono na Bélgica, professores foram instruídos a retirar qualquer sinal de promoção da diversidade, como mensagens de combate ao racismo ou tolerância ao movimento LGBT. Até mesmo imagens com arco-íris foram retiradas antes da visita.
Para Vance, porém, era Joe Biden quem "parecia desesperado para silenciar as pessoas por falarem o que pensam".
"Em Washington, há um novo xerife na cidade e, sob a liderança de Donald Trump, podemos discordar de seus pontos de vista, mas lutaremos para defender seu direito de apresentá-los em praça pública — concordem ou discordem", disse Vance, que recebeu uma acolhida fria em Munique.
Vance também criticou as medidas que visam manter a extrema direita fora da política: "não há espaço para firewalls". Segundo ele, calar as vozes "não protege nada" e "é a maneira mais segura de destruir a democracia".
Em seu discurso, Vance ainda alertou que existiria uma "crise" da liberdade de expressão na Europa e que "não há nada mais urgente do que a migração em massa". O norte-americano ainda usou o recente atropelamento em Munique que, segundo a polícia, foi realizado por um homem afegão para argumentar contra a imigração. "Quantas vezes teremos que sofrer esses retrocessos terríveis antes de mudarmos de rumo e levarmos nossa civilização compartilhada para uma nova direção?", questionou.
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