Em resposta a Trump, Lula e Macron pedem Ucrânia em negociação sobre guerra

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O presidente da França, Emmanuel Macron, afirma que conversou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a situação na Ucrânia e que os dois concordaram que uma solução para a guerra apenas pode existir se envolver tanto as autoridades de Kiev como de Moscou na mesa de negociação.
A declaração ocorre num momento em que os europeus tentam se unir contra a ofensiva do presidente norte-americano, Donald Trump, de fechar um acordo com Vladimir Putin, deixando a Europa e os próprios ucranianos de fora.
"Acabei de falar com o presidente Lula. Nós dois acreditamos que a paz na Ucrânia só pode ser alcançada por meio de discussões que reúnam a Rússia e a Ucrânia em torno da mesma mesa", escreveu Macron.
"A paz é possível e a comunidade internacional deve se mobilizar", disse.
Numa nota, o governo confirmou o teor da conversa.
"Lula expressou sua preocupação com o cenário internacional e reafirmou o compromisso do país com a promoção da paz e com a defesa da democracia", disse.
"Macron reconheceu a importância da contribuição de atores como o Brasil para a busca de uma solução para o conflito na Ucrânia. Os dois mandatários reiteraram a importância de uma solução para a guerra que inclua a participação de todas as partes envolvidas no conflito", indicou a nota.
"Ambos acordaram seguir em permanente contato sobre esse tema", afirmou.
Segundo a nota, o presidente francês também reiterou seu apoio a realização da COP-30, em Belém. "Os dois presidentes se comprometeram a discutir iniciativa conjunta voltada para ampliar o financiamento climático disponivel para paises em desenvolvimento, no marco do aniversário de 10 anos do Acordo de Paris", completou.
A nota confirma que Lula visitará a França neste ano.
Na Europa, a decisão de Trump sobre a Ucrânia causou indignação e choque. A Casa Branca indicou que Kiev não terá o direito de fazer parte da Otan e terá de ceder terras para os russos. Para completar, os americanos querem acesso exclusivo a uma parte substancial das commodities ucranianas.
A proposta de Trump ocorre num momento em que Brasil e China tentavam organizar uma iniciativa de países que facilitassem uma negociação entre ucranianos e russos.
COP30
Macron ainda escreveu que vai "trabalhar para garantir que a COP em Belém seja um sucesso e, juntos, temos várias iniciativas em favor do clima, da biodiversidade, dos oceanos, da democracia e do desenvolvimento econômico e agrícola".
Uma vez mais, a declaração vai no sentido contrário das políticas de Trump. A Casa Branca deixou o Acordo de Paris e suspendeu todas as promessas de recursos para fundos internacionais para lidar com mudanças climáticas.
Macron ainda anunciou que Lula " fará uma visita de Estado à França em junho".
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