Com Trump, China desviará comércio para América do Sul, alerta OMC

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A guerra comercial entre a China e os EUA ameaça desviar parte das exportações de Pequim para a América do Sul, em especial para o Brasil.
O alerta faz parte do informe apresentado pela OMC (Organização Mundial do Comércio) que, nesta quarta-feira, apontou para os riscos de uma crise global.
A previsão é de que, com o mercado americano fechado, a China desvie parte de sua produção para outras regiões. A estimativa é de que o volume de vendas para a América do Sul aumente em 9%.
Outros mercados fortemente abalados pelos produtos chineses seriam o México e Canadá, com aumento de 25%. Na Europa, a expansão seria de 6%. Ainda que a OMC não publique números específicos sobre o Brasil, a previsão é feita em grande parte por conta da dimensão da economia brasileira na região.
A OMC também prevê uma forte queda nas exportações e no PIB da América do Sul em 2025, por conta da guerra comercial. As vendas devem ter uma expansão de apenas 0,6%, contra uma projeção original de 1,4%. Já o PIB terá um crescimento de 2,7%, dois pontos percentuais abaixo da estimativa antes da crise tarifária.
Em 2024, Brasil ficou estagnado em ranking global de exportadores
Enquanto isso, o Brasil ficou estagnado em 2024 entre os maiores exportadores do mundo, ocupando a 24ª posição. Mas com uma queda de 1% em vendas.
Em 2023, o Brasil tinha subiu no ranking da OMC e terminou 2023 como o 24º maior exportador do mundo. Em 2022, o país estava na 26ª posição.
Nesta quarta-feira, a entidade divulgou seu informe sobre o comércio no mundo e apontou como o Brasil somou US$ 337 bilhões em exportações no ano passado, o equivalente a 1,4% de todo o fluxo mundial.
O ranking é liderado pela China, com US$ 3,5 trilhões em vendas, seguido pelos americanos com US$ 2 trilhões. O México é o primeiro país latino-americano na lista, ocupando a décima colocação e um volume de vendas de US$ 617 bilhões.
Em 2011, o Brasil chegou a ser o 21º colocado. Uma década depois, porém, o país era o 25º colocado. Naquele momento, a economia nacional exportava US$ 281 bilhões, representando uma taxa de participação na economia mundial de 1,3%. Em 2022, o Brasil perdeu mais uma posição, desta vez para a economia da Arábia Saudita.
Graças às vendas de barris de petróleo, os sauditas viram suas vendas subir em 49% em apenas um ano. De uma venda total de US$ 276 bilhões, em 2021, Riad passou a exportar US$ 410 bilhões, em 2022.
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