Jamil Chade

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Reportagem

Trump fecha setor de democracia e diz que órgão ajudava esquerda no Brasil

O governo de Donald Trump anunciou nesta terça-feira a reforma do Departamento de Estado, o órgão em Washington que se ocupa da diplomacia americana. Numa transformação completa da instituição liderada por Marco Rubio, uma das vítimas foi o setor que se ocupava da promoção da democracia e de direitos humanos na chancelaria dos EUA.

Num comunicado, Rubio explicou:

"O Bureau de Democracia, Direitos Humanos e Trabalho tornou-se uma plataforma para que os ativistas de esquerda fizessem vinganças contra líderes "antidemocráticos" em países como Polônia, Hungria e Brasil, e transformassem seu ódio por Israel em políticas concretas, como embargos de armas", disse.

A alegação é de que o setor se dedicava a promover ideias que eram contrários ao bolsonarismo.

Ao longo do último ano do governo de Jair Bolsonaro, a chancelaria americana, a CIA e o Departamento de Defesa alertaram ao Palácio do Planalto que os EUA não defenderiam qualquer ato de ruptura democrática. Bolsonaro chegou a citar a pressão americana como uma suposta "ingerência" em assuntos domésticos brasileiros.

Na reforma do Departamento de Estado, outro setor fechado foi o escritório de Migrações que, segundo Rubio, "canalizou milhões de dólares dos contribuintes para organizações internacionais e ONGs que facilitaram a migração em massa em todo o mundo, inclusive a invasão em nossa fronteira sul".

No documento, o chefe da diplomacia americana afirmou que, "atualmente, os Estados Unidos enfrentam uma nova era de competição entre grandes potências e o surgimento de uma ordem multipolar com um Departamento de Estado que sufoca a criatividade, carece de responsabilidade e, ocasionalmente, torna-se totalmente hostil aos interesses americanos".

"Há muito tempo, o Departamento tem se esforçado para desempenhar funções diplomáticas básicas, mesmo com o aumento de seu tamanho e de seu custo para o contribuinte americano nos últimos quinze anos", disse.

"O problema não é a falta de dinheiro ou mesmo de talentos dedicados, mas sim um sistema em que tudo leva muito tempo, custa muito dinheiro, envolve muitos indivíduos e, com muita frequência, acaba falhando com o povo americano", explicou Rubio.

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Ele ainda apontou que, "enquanto os talentosos e leais funcionários são levados à indiferença, os ideólogos radicais e os brigões burocráticos aprenderam a jogar com essa exaustão para fazer avançar suas próprias agendas que, muitas vezes, estão em desacordo com as do Presidente e prejudicam os interesses dos Estados Unidos".

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.