Europa acolherá cientistas ameaçados por Trump: 'Venham e sejam livres'
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A Europa abre as portas —e os cofres— para acolher cientistas que se sintam ameaçados nos EUA pela ofensiva contra as universidades por parte de Donald Trump.
Ontem, a UE anunciou um pacote de 500 milhões de euros para atrair acadêmicos para as universidades e centros de pesquisa da Europa.
Oficialmente, o programa é para qualquer cientista do mundo. Mas diplomatas europeus admitiram ao UOL que o foco é capitalizar com a fuga de cérebros que pode ocorrer nos EUA.
"Convocamos pesquisadores de todo o mundo a se unirem e se juntarem a nós. Se vocês amam a liberdade, venham e sejam livres. E nos ajudem a permanecer livres", disse o presidente francês Emmanuel Macron na Universidade Sorbonne, em Paris, ao lado da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
O pacote será destinado a universidades para financiar pesquisas e ajuda centros a cobrir o custo de trazer cientistas estrangeiros.
Nos últimos três meses, Trump promoveu um ataque inédito contra a elite intelectual dos EUA, incluindo a suspensão de repasses para universidades, congelando recursos para pesquisas, abrindo mais de 60 investigações contra reitorias, revogando vistos de estudantes internacionais, exigindo a entrega de dados dos acadêmicos e até prendendo pesquisadores.
Os argumentos variam entre acusações de que as universidades estariam disseminando o antissemitismo e que promovem ideologias de esquerda.
Não por acaso, o slogan escolhido para a campanha é em inglês, "Choose Europe for science", ou "Escolha a Europa para a ciência".
A operação de sedução ainda insistiu sobre as garantias que a Europa dará para defender a liberdade acadêmica dos pesquisadores ameaçados por Donald Trump.
Macron não citou o nome do americano. Mas mandou um recado duro:
"Não acreditamos em um modelo de tomada de decisão baseado na imposição de alguns".
Para ele, a pesquisa científica e sua liberdade estão "coração das democracias liberais ocidentais".
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