Jamil Chade

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Reportagem

Após pressão de Trump, Zelensky aceita encontro proposto pelos russos

O presidente Donald Trump colocou pressão sobre a Ucrânia e Volodymyr Zelensky aceitou a proposta de uma reunião com os russos, na esperança de negociar uma saída para a guerra. Os líderes dos países em guerra não fizeram um encontro pessoal desde o início da guerra, em 24 de fevereiro de 2022.

Inicialmente, o ucraniano havia se recusado. Em uma mensagem nas redes sociais, ele sinalizou que espera, antes, um cessar-fogo a partir desta segunda-feira. Mas não deixou claro se isso seria uma condição para a reunião proposta por Vladimir Putin ou não.

"Aguardamos um cessar-fogo completo e duradouro, a partir de amanhã (segunda-feira), para fornecer a base necessária para a diplomacia. Não faz sentido prolongar as mortes. E eu estarei esperando Putin na Turquia na quinta-feira. Pessoalmente. Espero que, desta vez, os russos não procurem desculpas", afirmou Zelensky.

O que ocorreu

No sábado, durante uma visita dos líderes da Grã-Bretanha, França, Alemanha e Polônia à capital ucraniana, um apelo foi feito para que um cessar-fogo fosse estabelecido a partir de segunda-feira, dia 12, e por um mês.

Como resposta, Putin sugeriu outro caminho: um encontro no dia 15 de maio para iniciar negociações. Mas sem uma pré-condição de um cessar-fogo.

Os europeus decidiram estabelecer um ultimato. Se o Kremlin não aceitar o cessar-fogo, novas sanções serão estabelecidas.

Inicialmente, o presidente francês, Emmanuel Macron, rejeitou o posicionamento de Putin. Segundo ele, nenhuma conversa seria possível até que Putin concordasse com o cessar-fogo.

"O presidente Zelensky se comprometeu sem estabelecer nenhuma condição. Agora esperamos uma resposta igualmente clara da Rússia. Não pode haver negociações enquanto as armas estiverem falando. Não pode haver diálogo se, ao mesmo tempo, os civis estiverem sendo bombardeados", afirmou o francês, nas redes sociais.

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De sua parte, o governo da Ucrânia sinalizou que estava disposta a iniciar o diálogo. Mas colocou uma condição: Moscou deve assinar um cessar-fogo incondicional primeiro.

Volodymyr Zelensky afirmou nas redes sociais:

"Não há sentido em continuar a matança nem mesmo por um único dia. Esperamos que a Rússia confirme um cessar-fogo - completo, duradouro e confiável - a partir de amanhã, 12 de maio, e a Ucrânia está pronta para se reunir", disse o presidente da Ucrânia.

Mas uma pressão por parte dos americanos mudou o jogo.

Nas redes sociais, Trump fez um apelo: "façam a reunião agora".

"O presidente Putin da Rússia não quer ter um acordo de cessar-fogo com a Ucrânia, mas quer se reunir na quinta-feira, na Turquia, para negociar um possível fim para a BATALHA DE SANGUE", escreveu o americano. "A Ucrânia deveria concordar com isso, IMEDIATAMENTE", disse.

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"Pelo menos eles poderão determinar se um acordo é possível ou não e, se não for, os líderes europeus e os EUA saberão em que pé está tudo e poderão agir de acordo! Estou começando a duvidar que a Ucrânia faça um acordo com Putin, que está muito ocupado comemorando a vitória da Segunda Guerra Mundial, que não poderia ter sido vencida (nem de perto!) sem os Estados Unidos da América. FAÇAM A REUNIÃO, AGORA!!!", completou Trump.

A declaração reforça, segundo diplomatas, a visão de que o americano vem adotando uma posição que favorece Moscou, pelo menos em sua tática negociadora.

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